Nelson Sargento não precisa mais se preocupar. A partir desta terça-feira (9), o samba pode agonizar o quanto for, que não corre o risco de morrer. O Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan) declarou oficialmente o samba carioca como Patrimônio Cultural do Brasil, com base em três matrizes: partido alto, samba de terreiro e samba-enredo.

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"É uma maravilha. O samba merece. É a música mais representativa do Brasil", empolgou-se a cantora Beth Carvalho, lembrando que o feito já havia acontecido com o samba de roda da Bahia.

O bamba Arlindo Cruz , apesar de satisfeito com a novidade, acredita que a decisão demorou mais do que devia para ter sido tomada. "O samba é a trilha sonora da maior festa popular do mundo. Como sambista, acho boa a idéia, mas isso já devia ter sido feito há mais tempo", pondera.

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Velha guarda ajudou em dossiê sobre samba

Foi, de fato, o reconhecimento do samba do recôncavo baiano que levou o Centro Cultural Cartola a propor que o tombamento se estendesse ao Rio de Janeiro. Para isso foram analisados os vários estilos de samba da cidade, que se originaram nas reuniões musicais em casa de Tia Ciata, nas escolas de samba, nos blocos e nos morros, que compuseram um dossiê sobre o assunto.

O documento incluía ainda monografias, teses, livros, reportagens, além do testemunho de vários sambistas da velha-guarda, como Monarco, Xangô da Mangueira e Nelson Sargento. As escolas de samba mais antigas da cidade, como Mangueira, Portela, Salgueiro, Vila Isabel, Império Serrano, Estácio de Sá tiveram seus registros históricos mapeados.