A Sanepar contratou duas empresas de segurança privada em caráter emergencial, por até seis meses, com dispensa de licitação. A Embrasil ficou com um contrato que pode valer até R$ 18,8 milhões, caso chegue aos seis meses permitidos pela atual autorização. A Empresa Auxiliar de Segurança ficou com o segundo lote do contrato, que poderá ser de até R$ 4,4 milhões. A informação consta do Diário Oficial do Comércio, Indústria e Serviços da última sexta-feira, dia 11.
Os contratos serão encerrados quando a Sanepar conseguir encerrar a licitação para contratar o serviço em definitivo. Tanto a Embrasil quanto a Empresa Auxiliar de Segurança participam da atual licitação. A concorrência pública está parada desde o ano passado devido a uma contestação feita no Tribunal de Contas (TC).
O TC concedeu uma liminar interrompendo o processo a pedido do Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Estado do Paraná (Sindesp). A alegação das empresas é de que o valor oferecido pela Sanepar para a execução do serviço é baixo demais. O atual presidente do sindicato é Jeferson Nazário, diretor da Embrasil, beneficiada com o novo contrato. Segundo a diretoria da empresa, Nazário não teve interferência no caso, já que assumiu o sindicato apenas em fevereiro deste ano, portanto após o pedido de liminar ter sido protocolado. Na época, Nazário era vice-presidente da entidade.
Essa não é a primeira vez que as duas empresas são contratadas para o serviço. Segundo a Sanepar, desde abril de 2013, quando a licitação foi suspensa por ordem do Tribunal de Contas, a solução encontrada tem sido a contratação emergencial, e as empresas atuais têm sido chamadas porque já possuíam um contrato prévio com a estatal.
Doadoras
Ambas as empresas foram doadoras da campanha de Beto Richa (PSDB) para o governo do estado em 2010. Segundo as informações do Tribunal Superior Eleitoral, a Embrasil prestou serviços para a campanha no valor estimado de R$ 33 mil. Já a Empresa Auxiliar de Serviços Gerais, grupo de que faz parte a Auxiliar de Segurança, fez uma doação em dinheiro, por meio de transferência, no valor de R$ 65 mil. Tanto a Sanepar quanto as empresas negam que as doações tenham relação com os contratos.