O vice-presidente José Alencar foi submetido ontem a uma arteriografia que durou quatro horas. O procedimento, encerrado no início da noite, foi coordenado pelo médico intervencionista Francisco Carnevalle e acompanhado pelo cirurgião Raul Cutait e pelo oncologista Paulo Hoff.
O trabalho consistiu na busca de uma pequena artéria que eventualmente nutria o tumor em sangramento. Segundo Cutait, o tumor fica no abdome, "grudado e invadindo o intestino delgado". "O vice-presidente não teve mais sangramento intenso como aquele que levou à cirurgia, mas nesses dias todos persistia um certo grau de sangramento que começou a criar problemas clínicos. Então, optou-se hoje [ontem] pela angiografia", disse Cutait. "O doutor Carnevalle conseguiu fechar a artéria e esperamos que o tumor pare de sangrar."
Na avaliação de Cutait, o procedimento foi "bem resolvido". "O vice-presidente está bem", disse o cirurgião. Ao ser indagado sobre o fato de o exame ter durado quatro horas, Cutait justificou: "Porque é difícil pra burro fazer isso."
O médico Francisco Carnevalle explicou como foi a intervenção. "Foram realizadas duas etapas, uma arteriografia diagnóstica, que é o estudo dos vasos que nutriam o tumor, e um cateterismo superseletivo com um catéter de 1 milímetro de diâmetro até o tumor. Chegamos ao tumor e identificamos o foco que vinha sangrando. O sangramento era muito pequeno, no entanto foi diagnosticado e tratado através da técnica de embolização", afirmou.
Carnevalle explicou que a embolização é a injeção de microesferas de acrílico, revestidas por colágeno, com o objetivo de fechar mecanicamente os vasos comprometidos. "As microesferas são muito pequeninas, como grãos de açúcar", disse. Essas microesferas, segundo o médico, foram colocadas no vaso responsável pelo gotejamento do tumor localizado no intestino e responsável pelo sangramento.
Ao serem indagados sobre a possibilidade de Alencar comparecer à posse da presidente eleita Dilma Rousseff, no próximo sábado, em Brasília, os médicos explicaram que serão necessárias de 48 a 72 horas para avaliar a evolução do estado do paciente e verificar se eventualmente não ocorrerá nenhuma complicação, como novos sangramentos. Segundo os médicos, Alencar está reagindo bem ao procedimento realizado.
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