A eleição para presidente do PT de Santa Catarina é um exemplo de resultado das eleições internas do partido que contraria os planos da direção nacional e abre possibilidade para intervenção nacional em nome da reeleição da presidente Dilma Rousseff.

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Os militantes petistas elegeram o ex-deputado Cláudio Vignatti, que defende candidatura própria ao governo do estado, enquanto o Diretório Nacional prefere apoiar a reeleição do governador Raimundo Colombo (PSD), para viabilizar um palanque mais amplo para Dilma no estado e manter a aliança com o partido do ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab.

O resultado em Santa Catarina também foi uma derrota para a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais), que apoiava a candidatura de Paulo Eccel. Mesmo sendo responsável pela articulação política do governo Dilma, Ideli também defende candidatura própria ao governo de Santa Catarina. Ela tenta viabilizar sua candidatura ao Senado.

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"Sempre vem essa fala de palanque amplo, mas nós não combinamos com o Colombo. Seria um desastre para nossa história política aqui", disse Vignatti, sobre os interesses do Diretório Nacional.

Egresso do DEM, Colombo é afilhado político do ex-senador Jorge Bornhausen, adversário histórico dos petistas, principalmente em Santa Catarina. A direção nacional do PT, no entanto, quer assegurar o prometido apoio do PSD de Kassab à reeleição de Dilma. Com 40 deputados federais, o PSD é a quinta maior bancada da Câmara, tem estrutura nos estados e tempo de televisão.

Outra dor de cabeça para a direção nacional do PT deve ser o Maranhão. A apuração dos votos estava atrasada nesta segunda-feira, mas dirigentes estaduais apostavam em segundo turno entre o atual presidente, Raimundo Monteiro, favorável à reedição da aliança com o PMDB da família Sarney; e Henrique Sousa, defensor de candidatura própria.

Antes da abertura das urnas, a expectativa era que a disputa seria ente Monteiro e Augusto Lobato, que defende apoio à candidatura de Flávio Dino (PCdoB). Em 2010, a direção nacional do PT enquadrou o partido no Maranhão e impôs o apoio à candidatura de Roseana Sarney contra o próprio Dino. Agora, Dilma até gostaria de apoiar Dino, mas Lula tem uma dívida de gratidão com o senador José Sarney (AP). Um outro agravante é que Dino ameaça ceder seu palanque ao pré-candidato do PSB, Eduardo Campos.

"Se houver nova intervenção nacional, a gente pode dizer que a democracia interna do PT existe, vírgula, desde que não seja com fulano. Primeiro, disseram que era porque Dilma era desconhecida (em 2010). Agora, qual é a justificativa?", questionou o secretário de Organização do PT do Maranhão, Ivaldo Coqueiro, que defende apoio ao PCdoB.

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