Começam nesta quarta-feira os depoimentos dos militares que participaram de um trote violento dentro da 2.ª Companhia de Fuzileiros, que pertence ao 20.º Batalhão de Infantaria Blindada, em Curitiba (PR). O Inquérito Policial Militar (IPM) aberto para apurar responsabilidades tem, no máximo, 60 dias para ser concluído.
Nesta terça-feira, um dos sargentos que aparece apanhando nas imagens entregues ao Exército decidiu se explicar e negou que tenha sido torturado.
- Aquilo não foi tortura, eu participei porque quis. Era uma brincadeira - garantiu o 3.º sargento Giovanni Moscatelli, que está no Exército há dois anos e integra a companhia batizada de "Pantera".
Nas imagens exibidas no domingo pelo programa "Fantástico", da Rede Globo, ele aparece amarrado, levando chineladas, choques e pontapés de veteranos. Mas o militar sustenta que podia escolher pelo que iria passar.
- Eu sou aquele que é colocado em cima do armário. Ninguém me encostou o ferro porque sabia que não estava ligado. Para os novatos, a gritaria era pelo susto! - afirmou ele.
O coronel que presidente o inquérito militar, Ilton Batista, comentou a declaração do sargento. Para ele, ainda que de brincadeira, o trote foi irregular e contrário às regras da instituição.
- Esse não é o Exército que eu conheço. Brincadeira de mau gosto ou não, eles terão que se explicar e pagar pelo que fizeram - concluiu.
Imagens de tortura incentivam novas denúncias
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