O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), aceitou nesta terça-feira (3) o pedido de afastamento do servidor Agaciel Maia da função de diretor-geral do Senado,como adiantou Cristiana Lôbo em seu blog. Ele é acusado de ter ocultado de sua declaração de bens uma mansão de R$ 5 milhões em Brasília. O diretor-geral adjunto, Alexandre Gazineo, irá ocupar a função. Afastado, Agaciel continuará a dar expediente no Senado porque é funcionário efetivo.

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O afastamento do diretor-geral já havia sido pedido por alguns senadores após a denúncia. Sarney afirmou em um primeiro momento não ver motivo para afastar Agaciel antes de uma investigação do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a evolução patrimonial do servidor. A pressão dos colegas fez com que o presidente do Senado mudasse de idéia.

Agaciel entregou uma carta a Sarney pedindo que seu afastamento não fosse temporário, mas de forma definitiva. Antes do encontro final com o presidente, o diretor-geral disse estar disposto para o "sacrifício". "O que não quero é ser empecilho. Se alguém tiver que ser dado em sacrificio para que se acalmem os ânimos, estou à diposição". O diretor-geral reclamou que já estava "condenado" apesar de ter apresentado "provas" de que não cometeu nenhuma ilegalidade.

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Sarney confirmou a saída de Agaciel. "Ele me entregou e eu aceito o pedido de demissão do cargo". O presidente do Senado ressaltou que a denúncia será examinada pelo Tribunal de Contas e não quis dizer se Agaciel poderá voltar à função caso seja considerado inocente. "Isso aí é no futuro".

Diretor-geral do Senado desde 1995, Agaciel já foi investigado algumas vezes. A principal aconteceu em uma operação da Polícia Federal nas dependências do Senado. A PF avisou o então presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), da investigação e o servidor foi acusado de ter mexido nos computadores que seria apreendidos antes da polícia chegar.

No caso da mansão, Agaciel admitiu em um primeiro momento em entrevista à Folha de São Paulo ter registrado o imóvel em nome de seu irmão, o deputado federal João Maia (PR-RN), por estar com os bens bloqueados em 1996, data da compra. Na segunda-feira (2), o diretor-geral retificou sua afirmação e disse ter declarado a mansão em seu imposto de renda, deixando apenas de passar a escritura para o seu nome por se tratar de um "negócio familiar".