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O senador José Sarney (PMDB-AP) elogiou em plenário nesta segunda-feira a solidariedade do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que, numa entrevista, defendeu a preservação dos documentos e da biblioteca do também ex-presidente da República, reunidos no Convento das Mercês, em São Luís, no Maranhão. O senador, que é aliado de Lula no Congresso, dedicou ao adversário adjetivos como generoso e magnânimo, e chamou-o de estadista.

Por força de uma lei estadual, o governo do Maranhão deverá retomar a administração do Convento, e o acervo de Sarney pode ser desalojado. Dias atrás, Sarney fez um discurso em que acusou o governador José Reynaldo de usar essa lei numa disputa política.

Sarney e Fernando Henrique estão estremecidos desde que a Polícia Federal, em abril de 2002, encontrou R$ 1,34 milhão no cofre da empresa Lunus, de Jorge Murad, marido de sua filha, Roseana Sarney. A hoje senadora era candidata à Presidência e abandonou a disputa. Sarney acusou a Polícia Federal de agir politicamente. Nesta segunda-feira, o assunto pareceu passado.

- Gostaria de dar minha palavra, não apenas de solidariedade ao presidente Sarney, mas muito mais que isso: da importância para o Brasil da memória dos presidentes e, nesse caso especificamente, da biblioteca e da fundação que o presidente Sarney organizou com seus amigos e que hoje é patrimônio nacional. Deve ser preservada - disse Fernando Henrique, na mensagem lida por Sarney.

- Seu comportamento para mim é - e creio que para todo o país - mais que uma demonstração de magnanimidade. É uma prova de sua correção de homem público, de sua visão intelectual e também um exemplo daquilo que deve existir na política, ao colocar acima das divergências políticas o interesse nacional - devolveu Sarney.

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