Em discurso no plenário, o senador José Sarney (PMDB-AP) defendeu nesta terça-feira o mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de forma contundente e rejeitou o impeachment. Pregou a necessidade de investigações profundas e punições exemplares para os casos de corrupção e propôs uma reforma política emergencial para mudar as regras das próximas eleições.
- O presidente Lula é o símbolo e a razão de um grande avanço institucional e político do Brasil. Sob nenhuma hipótese este processo pode ser apagado. Não há caminhos de volta na História - discursou o senador.
Sarney listou oito medidas, a maioria delas para as eleições de 2006. A mais polêmica é a adoção de um modelo que chamou de "presidencialismo moderado". A idéia é que, além do chefe de Estado, que cuidaria dos assuntos de Defesa e Relações Exteriores, o país tenha um chefe de governo nomeado pelo presidente da República. Esse primeiro-ministro seria escolhido sem necessidade da aprovação do Legislativo. Mas poderia ser destituído, com dois terços dos votos dos congressistas.
- Devemos tentar um consenso, de maneira que o próximo governo já seja assim constituído. Com essa solução, nas horas de crise teremos uma barreira que protejerá o presidente e evitará que as instituições sejam atingidas - justificou o ex-presidente da República.
Depois de um passeio pela História do Brasil, do Império aos dias atuais, o senador afirmou que a eleição de Lula foi um marco "que coloca as camadas de base do povo no poder sem uma revolução".
- Não há na conduta do presidente Lula nada que nem de leve possa atingir seu mandato. Nenhum crime de responsabilidade. Ele está pagando pelos erros de seu partido - disse.
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