Eleito em fevereiro passado para ser uma espécie de superpresidente do Congresso, a reboque da biografia de ex-presidente da República (1985-1989), o senador José Sarney (PMDB-AP) chegou no fim da semana passada na condição de um chefe com poder pela metade. O sintoma mais claro da desidratação política, mesmo dizendo que não se afastará do cargo, é que o senador já não age como presidente de fato do Senado.
A nomeação do novo diretor-geral, Haroldo Tajra, e da diretora de Recursos Humanos, Doris Marize Peixoto, no início da semana, foi feita pelo secretário-geral, Heráclito Fortes (DEM-PI), e não por Sarney, embora essa seja uma das prerrogativas do presidente. De acordo com um interlocutor de Sarney, no caso da nomeação dos dois diretores da Casa, o presidente optou por uma solução que pode ser interpretada pelo dito popular: "Entregou os anéis para não perder os dedos."
Sarney optou também por não mais presidir as sessões de votação, deixando a incumbência para os vices Marconi Perillo (PSDB-GO) e Serys Slhessarenko (PT-MT), além do o próprio Heráclito e de Mão Santa (PMDB-PI). Ele não tem despachado na residência oficial do presidente do Senado. Preferiu ir para seu bunker particular, uma casa que fica nas proximidades da outra, no Lago Sul, um dos setores nobres de Brasília. Foi lá que Sarney recebeu Heráclito na quinta-feira e o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), na sexta-feira. Sem atividades na residência oficial, o imóvel tem servido de dormitório para os seguranças que o vigiam 24 horas.
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