O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), repetiu esta tarde, no plenário da Casa, que não tem nenhuma responsabilidade administrativa sobre a Fundação José Sarney. A mesma afirmação foi feita pela manhã, por meio de uma nota à imprensa, divulgada pela Secretaria de Imprensa do Senado. Sarney disse que tinha conhecimento de que a Fundação recebeu recursos da Petrobras por meio da Lei Rouanet. "De acordo com a lei, essa prestação de contas já foi encaminhada ao ministério da Cultura e cabe ao Tribunal de Contas da União a apuração de qualquer irregularidade", disse. O presidente do Senado ficou no plenário por apenas 22 minutos.
Ele fez a observação em resposta ao discurso do senador Alvaro Dias (PSDB-PR), que cobrou explicações de Sarney e relacionou a revelação de irregularidades na aplicação do dinheiro pela Fundação à CPI da Petrobras, que deve ser instalada na próxima semana. "A denúncia diz respeito ao repasse de recursos da Petrobras. É possível que o fato chegue à CPI", disse Dias.
Reportagem publicada nesta quinta (9) no jornal O Estado de S.Paulo revela que a Fundação José Sarney recebeu R$ 1,3 milhão de recursos da Petrobras para projeto de incentivo à cultura. Parte do dinheiro foi parar em empresas da família Sarney e empresas com endereços fictícios em São Luís (MA).
Na manhã desta quinta-feira (8), o líder do DEM, José Agripino Maia (RN), afirmou que as novas denúncias que misturam a Petrobras com os negócios da família Sarney "impõem" o começo das investigações da CPI. "Os fatos impõem a necessidade da CPI. Ela não vai investigar apenas Sarney, mas agora o PMDB fica ainda mais obrigado a participar da CPI", disse.
Agripino ainda reafirmou o posicionamento adotado pela bancada na semana passada que pedia o afastamento de Sarney da presidência do Senado. "Aquilo que falamos na semana passada, reafirmamos com muita ênfase hoje (quinta)", afirmou.
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