Na sessão de abertura dos trabalhos do Legislativo, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), leu um trecho de seu primeiro discurso, quando assumiu o cargo em 1995, em que faz referência à crise ética enfrentada pela Casa naquela época. "Assumi este cargo não num momento de glória do Poder Legislativo, mas numa fase em que a instituição atravessa profunda crise de identidade, exposta a permanente crítica e censura."
José Sarney lembrou a necessidade de aprovação da reforma do sistema eleitoral e de projetos como o que trata do voto misto distrital e de listas. E disse que o Congresso precisa avançar nas discussões da reforma tributária como uma das metas. "Temos que avançar para podermos recuar dos desníveis inaceitáveis da carga tributária distribuída de maneira injusta e talvez ineficaz", disse.
Sarney ainda elogiou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que segundo ele, acrescentou à estabilização monetária o crescimento econômico e o desenvolvimento social.
Na cerimônia de início dos trabalhos, o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), lembrou a harmonia entre os poderes. "Tudo está ancorado na ideia de que nascemos todos meros exercentes do poder que nos é delegado pelo povo. E essa harmonia é fundamental", disse.
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, também falou sobre a cooperação entre os poderes lembrando do Pacto Republicano. "A face mais evidente dessa colaboração vem se manifestando no cumprimento inconteste do 2º Pacto Republicano. São instrumentos legais, de notória importância graças ao apoio do presidente da República e dos presidentes da Câmara e do Senado", disse.
A mensagem abre os trabalhos do Legislativo. Mas, votação mesmo, só a partir de amanhã. Na Câmara, uma das prioridades é a conclusão da votação dos projetos que tratam do pré-sal. As discussões devem começar nos próximos dias, mas votação mesmo, só depois do carnaval. No Senado, plenário parado, já que a pauta de votações está trancada por duas medidas provisórias.
E as eleições de outubro deverão encurtar o ano legislativo. No segundo semestre, as duas casas deverão ficar esvaziadas. Deputados e senadores estarão envolvidos com as candidaturas ou com a de seus indicados políticos nos estados.
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