O governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori (PMDB), afirmou na manhã desta quarta-feira (18) não ver uma perspectiva de o estado sair em breve do ciclo de atrasos nos pagamentos mensais de parcelas da dívida com a União, que se arrasta desde abril. Desde aquele mês, o RS vem pagando as parcelas com atraso e sofrendo bloqueios dos repasses do Fundo de Participação dos estados. “Isso vai bastante longe”, disse o governador, em claro sinal de que essa rotina não mude nos próximos meses.
O Estado passa por grave crise financeira, com previsão de déficit de R$ 3,6 bilhões neste ano. Em 2016, a previsão é que o rombo entre despesas e receitas do Rio Grande chegue a R$ 4,6 bilhões. A previsão inicial era de um rombo de R$ 6 bilhões, que foi reduzido porque o governo conseguiu passar na Assembleia Legislativa um aumento de ICMS.
Bancada do Paraná perde e veto ao aumento do judiciário é mantido
Leia a matéria completaEm outubro, o governo estadual conseguiu pagar os servidores em dia, mas Sartori não descarta ter que recorrer ao parcelamento novamente no ano que vem.
Nesta manhã, Sartori falou rapidamente com jornalistas antes de participar de um evento na capital paulista. “É uma pena que a conjuntura econômica nacional, internacional e estadual não ajudem. Estamos, desde abril, fazendo um esforço extraordinário no sentido de privilegiar a manutenção do pagamento da folha de pagamentos”, afirmou.
PMDB
O governador evitou polêmicas ao ser questionado sobre o congresso do partido, realizado em Brasília – onde houve gritos de “Brasil pra frente, Temer presidente” e partidários falando abertamente de afastar Dilma Rousseff. Sartori não se disse favorável ou contrário ao impeachment, afirmou apenas que o afastamento depende de condições técnicas, das quais ele não tem conhecimento neste momento. “Cada um tem uma opinião. Agora, se tiver fato relevante e tiver situação concreta, é outra coisa. Por enquanto não tenho conhecimento disso.”
Sartori elogiou a disposição do partido de discutir candidatura própria para 2018. “Sempre fui defensor de que o PMDB tivesse candidato a Presidência da República. Acho que pelo menos o partido está discutindo os seus temas e viabilizando as possibilidades de construir uma discussão.”
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