A presidente Dilma Rousseff voltou a defender ontem mais recursos para a Saúde e não descartou de forma clara e definitiva a criação de um novo imposto para financiamento para o setor. Dilma afirmou, durante entrevista coletiva, que o problema na saúde não se resolve apenas com gestão e disse que são necessários mais recursos. Na segunda-feira, o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), disse que o governo não tomaria a iniciativa de criar um novo imposto para o setor neste ano.
Para Dilma, é necessário fazer uma discussão com a sociedade para demonstrar que a saúde só irá melhorar se houver uma gestão mais eficiente e com mais dinheiro. Dilma não quis adiantar se, caso o Congresso aprovasse, ela vetaria um novo imposto. Ela afirmou que é necessário, primeiro, ver que tipo de imposto seria e qual o impacto. "Eu não vou discutir em tese. Quero ver que imposto, que dinheiro, qual a fonte de recurso, qual o impacto disso", afirmou.
A presidente foi enfática ao declarar que é necessário mais dinheiro e disse que é preciso que haja uma discussão com a sociedade. "O que não é possível é a tese de que é possível ter saúde de qualidade sem mais dinheiro per capita. Não é. Isso é uma obrigação minha explicar, porque eu não posso fazer uma demagogia com a população", disse Dilma.
"Por isso que a discussão tem que ser aberta, por isso que todo mundo tem que participar da discussão e tem que ter esse compromisso legal: não pode desviar dinheiro da saúde. Os problemas na saúde não se resolvem apenas com aprimoramento da gestão, embora [isso] seja necessário", disse.
A presidente declarou que ainda não sabe de quanto precisaria a mais para financiar o setor, mas disse acreditar que seriam menos de R$ 40 bilhões montante arrecadado pela CPMF em seu último ano de vigência, em 2007. "Não sei se são os R$ 40 bilhões da CPMF. Talvez não precise disso de uma forma imediata. Mas eu acho que é necessário recurso para a Saúde. Até chegar, vou brigar de manhã, de tarde e de noite, todos os dias da semana para melhorar a gestão da saúde", disse.
Na entrevista, a presidente citou que o setor público gasta duas vezes e meia menos que o setor privado na área de saúde. "Acho que é uma função da gente esclarecer a população e não ter uma atitude em relação à saúde que é a seguinte: resolve-se tudo com gestão. Resolve não. Resolve não. Conta-se nos dedos da mão o país desenvolvido que conseguiu fazer saúde universal com qualidade", afirmou.
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