O delegado da Polícia Federal Renato Sayão, encarregado de investigar o acidente com o vôo 1907 da Gol, criticou nesta segunda-feira a Aeronáutica pelo atraso na liberação de informações. No Ministério da Defesa, Sayão foi recebido pelo chefe de gabinete do ministro Waldir Pires. O delegado ainda não recebeu a relação dos controladores de vôo que estavam monitorando o Boeing da Gol e o jato Legacy no dia do desastre. Ele quer ouvir os controladores e os supervisores das torres de São José dos Campos, Brasília e Manaus. Também precisa da transcrição de todas as conversas entre os controladores e os pilotos, e das gravações dos radares. A Aeronáutica já tem esse material. O delegado se queixou da demora em obter os dados que foram pedidos na quarta-feira da semana passada.
- Nós buscamos, num primeiro momento, obter os dados em cada uma das divisões. Mas como não foi possível, dada a rapidez ia demorar mais, nós optamos por vir diretamente ao ministro da Defesa. E ele, centralizando o recebimento de nosso pedido, determina já que a Aeronáutica nos remeta as informações - reclamou Sayão.
- Eu já recebi, e já despachei. Mandei à consultoria jurídica para que ela fale a respeito. Mas sem nenhuma dúvida nós vamos atender - rebateu Waldir Pires.
A leitura das caixas-pretas do Boeing e do Legacy foi concluída no Canadá. Além desses dados, o delegado quer que a Aeronáutica faça uma perícia no equipamento do Legacy que se comunica com o radar, o transponder. Só depois de estudar esse material é que o Renato vai marcar o depoimento dos pilotos do Legacy.
O Instituto Médico Legal de Brasília confirmou nesta segunda-feira a identificação de 152 vítimas. O trabalho dos legistas corrigiu o número de corpos na área do acidente. São 2 e não 4 como chegou a ser divulgado pela FAB.
Leia mais: O Globo Online
Deixe sua opinião