Embora considere eleitoreiro o anúncio do reajuste salarial para 1,7 milhão de servidores públicos do Executivo às vésperas do início da campanha eleitoral, a oposição não recorrerá à Justiça para impedir o reajuste nem tentará impugnar a candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, deixando a responsabilidade para o Ministério Público. A explicação é simples: a oposição não quer comprar briga com o funcionalismo.
- Mesmo oportunista, o aumento deve ser justo. Vamos questionar sim o fato de o presidente não ter concedido esse reajuste antes, mostrando a barganha que ele quer fazer com os servidores - explicou o coordenador da campanha do tucano Geraldo Alckmin, senador Sérgio Guerra (PSDB-PE).
- Vamos mostrar que até para fazer o bem, Lula comete ilegalidades - acrescentou o líder do PFL no Senado, Agripino Maia (RN).
Os candidatos do PDT, senador Cristovam Buarque (DF), e do PSOL, senadora Heloisa Helena (AL), também descartaram a possibilidade de recorrerem à justiça contra o reajuste.
- Não existe nenhuma possibilidade disso acontecer, porque o questionamento legal prejudicaria justamente quem não tem responsabilidade legal sobre esse procedimento oportunista e demogogo do presidente Lula. Aliás, o uso da máquina federal tem sido tão vergonhoso e ampliado que não sei se a justiça tem instrumentos suficientes para puni-lo - disse Heloisa Helena.
Cristovam lembrou que, quando foi governador do Distrito Federal, acabou prejudicado justamente por não conceder um aumento aos professores no ano eleitoral:
- Enfrentei uma greve de 90 dias dos professores, manipulada pelo sindicato. Me neguei por achar eleitoreiro e por não ter recursos em caixa para honrar o reajuste no ano seguinte.
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