Durante o lançamento da pré-candidatura do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) ao governo de Pernambuco, na sexta-feira (28), o pré-candidato à sucessão presidencial José Serra (PSDB) afirmou que, se eleito, vai acumular a presidência com o comando da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). "Eu, presidente da República, vou presidir, ao mesmo tempo, durante seis meses, a Sudene para fazer a reforma necessária", diz Serra em discurso para três mil pessoas.

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Serra também afirmou que acumularia o trabalho já que a revitalização do órgãom prometida pelo atual governo, não foi efetivada. Para o pré-candidato, a Sudene é fundamental para o desenvolvimento da região e está em crise porque tinha corrupção e má gestão. "O governo tinha a promessa que seria reaberta e continua inexistente", afirma.

Regionalismo

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O evento em Pernambuco também serviu para Serra afirmar que é um político nacional e não regional. "Aprendi como líder estudantil, quando conheci cada estado, cada parte do país. Essesempre foi o sentido da minha luta", diz.

O tucano é taxado por alguns políticos pernambucanos de antinordestino e tem dedicado suas visitas a Pernambuco a mostrar seus laços com o estado e com o Nordeste. A ênfase na região faz parte da estratégia do PSDB de aumentar os votos em uma região onde a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega a quase 90%.

Além disso, Pernambuco, que é a terra natal de Lula, é o estado onde Serra apresenta o pior desempenho nas intenções de voto. De acordo com a última pesquisa divulgada pelo instituto Vox Populi, Serra tem 24% das inteções de voto, enquanto a candidata do governo Dilma Roussef (PT) tem 53%. Esse é o pior desempenho do tucano entre os estados nordestinos incluídos na pesquisa.

Serra ainda tentou se defender da fama de pouco simpático. "Eu tenho fama de antipático, vocês veem que profunda injustiça", pondera.

Propaganda antecipada

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O partido Democratas está envolvido em uma polêmica, acusado de propaganda eleitorala antecipada em favor de José Serra. No programa partidário do partido, veiculado na última quinta-feira (27), havia predomínio de imagens e declarações de Serra.

O tucano afirma que é o próprio partido o responsável pelo uso das imagens, mas que isso não configura propaganda antecipada. De acordo com o pré-candidato, o Democratas selecionou trechos de um discurso que ele fez no dia 10 de abril e usou no programa."A responsabilidade no caso é do próprio partido que fez o programa, porque minha imagem foi utilizada. Acho isso perfeitamente normal. Vamos ver como é avaliado", comenta.

Bolívia

Serra voltou a criticar o governo boliviano sobre a falta de controle das exportações de cocaína. Segundo ele, o governo do país vizinho estaria fazendo vistas grossas sobre a comercialização da droga. "Se Pernambuco exportasse 90 por cento da cocaína consumida no Brasil, isso seria possível sem que o governador fizesse vistas grossas?", questiona. "Existe um processo fabril. O governo tem que dar explicações", reforça.