Apesar de afirmar que o acordo com o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), para apoiar o tucano à presidência da República em 2010 não está "abalado", o presidente reeleito do PMDB-SP e ex-governador do Estado, Orestes Quércia, sinalizou que o partido em São Paulo pode vir a apoiar a proposta de um candidato único do PMDB à presidência. "Essa sempre foi a nossa prioridade. Se tiver um candidato único do PMDB, vamos apoiar. Mas se isso não ocorrer, mantemos o acordo", disse Quércia, após a vitória na convenção estadual do partido.

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Durante o discurso no plenário da Assembleia Legislativa, Quércia afirmou que o partido lançou neste domingo (13) a candidatura de Roberto Requião (PMDB-PR) à Presidência. O ex-governador, porém, sinalizou que a posição do diretório paulista só será tomada a partir de março de 2010. "Tudo vai ocorrer em março. A definição do Serra (para presidente) vai ser em março, o candidato a governador do PSDB vai ser em março e a nossa definição também vai ser. Vai coincidir tudo", explicou. A definição se o PMDB terá ou não candidato único para a disputa da Presidência, no entanto, ocorrerá na convenção nacional, marcada para junho de 2010.

Na disputa de hoje, Quércia derrotou o deputado federal e ex-prefeito de Osasco, Francisco Rossi, por 597 votos a 73. Para o ex-governador, o resultado mostra que o PMDB-SP está unido. "Foi uma vitória significativa. Houve muito barulho sobre isso, mas o barulho veio de gente de fora do partido", disse. Questionado se o candidato Rossi foi apoiado pelo PT para enfraquecer a chapa de Quércia, que não apoia uma aliança entre PT e PMDB para as eleições presidenciais, o ex-governador disse que "isso foi registrado por toda a imprensa, e que não há o que falar"

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Se a proposta de um candidato único para a Presidência vingar na convenção nacional, Quércia disse que trabalhará para que o PMDB tenha um candidato único também para governador de São Paulo. Sobre possíveis nomes para o posto, o político citou o deputado federal Michel Temer (PMDB-SP) e a si mesmo. "Francisco Rossi acho que não", afirmou, em tom de brincadeira. Com a vitória de hoje, Quércia estende sua liderança até 2011 no partido, que já preside desde 2001.

Apesar da derrota, Rossi se considerou vitorioso ao final do processo por conta da mudança do discurso de Quércia. "A nossa candidatura surgiu como um protesto de um encontro em Itapetininga, como repúdio a proposta do Quércia de definir o apoio ao PSDB sem esperar uma posição da convenção nacional", explicou. Segundo Rossi, o discurso de hoje de Quércia foi completamente diferente do anterior, o que o leva a crer que a sua campanha foi vitoriosa

Rossi também afirmou que pretende batalhar dentro do partido para ser indicado como o candidato do PMDB para governador de São Paulo. "O meu nome continua à disposição", disse, ressaltando que não acredita que Temer irá se candidatar ao cargo. "Apesar de ser um grande nome, o Temer tem mais um perfil legislativo. Já eu tenho mais um perfil de executivo", justificou. O que pode dificultar essa intenção de Rossi é o fato de que o deputado não alcançou o porcentual mínimo de 20% dos votos na convenção estadual de hoje, o que impede de escolher os membros do diretório estadual. "Isso não me preocupa", ponderou