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A presidente Dilma Rousseff planeja nomear o economista Marcelo Neri como ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE). A pasta chegou a ser oferecida por Dilma ao PSD, de Gilberto Kassab, mas o ex-prefeito recusou o convite. Com orçamento de R$ 26,5 milhões, o "ministério do futuro", como é conhecido, não integra o rol das disputas políticas nem precisa entrar na barganha para a campanha da reeleição, em 2014.

Neri preside o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que é subordinado à SAE, e está como interino do ministério desde sexta-feira, quando foi anunciada a primeira etapa da reforma na equipe. Insatisfeito no comando da SAE, Wellington Moreira Franco (PMDB) foi transferido para a Secretaria da Aviação Civil depois de dizer que Assuntos Estratégicos "não elegem um vereador".

Dilma elogiou Neri na semana passada, mas ainda não fez o anúncio oficial. Ela está em Roma, onde participará, hoje, da missa de posse do papa Francisco. A presidente resolveu aguardar mais um pouco porque ainda faz ajustes no primeiro escalão e está observando o cenário político, em busca de apoio para o palanque da reeleição. Caso não haja tropeços no meio do caminho e a mudança seja confirmada, ela precisa arranjar alguém para tocar o Ipea.

A segunda parte da reforma começará a ser discutida nesta semana. Até agora, houve três trocas: além de Moreira Franco, entraram Manoel Dias (PDT) no Ministério do Trabalho e Antônio Andrade (PMDB) na Agricultura. Mesmo sem ter o PSD de Kassab oficialmente na base aliada, Dilma ainda pode nomear o vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos (PSD), para a Secretaria da Micro e Pequena Empresa. A intenção da presidente é tirar um aliado do PSDB e dividir o ninho tucano em São Paulo, o principal colégio eleitoral do País. Se isso ocorrer, a entrada de Afif na equipe será na "cota pessoal" da presidente Dilma.

A maior dúvida da reforma diz respeito ao Ministério dos Transportes. Dilma ofereceu ao PR o comando do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e da Valec, estatal que cuida de ferrovias, mas o partido não aceitou. A cúpula do PR perdeu a pasta dos Transportes em 2011, quando caíram o ministro Alfredo Nascimento, hoje senador, e as direções do Dnit e da Valec, na esteira da "faxina" promovida por Dilma.

Agora, o partido quer derrubar o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, mas não há consenso em relação ao nome para substituí-lo. A bancada do PR na Câmara defende a indicação do deputado Luciano Castro (RR), mas uma outra ala propõe o senador Antônio Carlos Rodrigues (SP). Dilma gostaria de manter Passos, mas o PR ameaça apoiar o PSB ou o PSDB nas eleições de 2014 se não for contemplado na reforma ministerial da presidente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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