A Secretaria estadual de Segurança Pública divulgou duas notas neste sábado sobre o depoimento da adolescente de 13 anos que confessou ter participado do ataque ao ônibus 350. Segundo a secretaria, a menor contou que é orfã de pai e mãe e que morava com o irmão, o qual integrava a quadrilha do traficante Lorde e a apresentou ao bandido. Ela confirmou que Lorde foi o mandante do atentado, no qual cinco pessoas morreram carbonizadas e 14 ficaram feridas.
De acordo com a nota, a menor disse ter consumido cerveja antes do crime e admitiu que consumia drogas esporadicamente. "A menina se expressa com dificuldade e tem o apelido de 'Gaguinha'. Ela revelou à polícia que a sua participação no tráfico era a de embalar drogas e levar recados do traficante Lorde aos seus comparsas", diz a Secretaria de Segurança.
A menor afirmou que Lorde mandou que sua quadrilha incendiasse o ônibus sem deixar os passageiros saírem. No depoimento na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), ela disse ainda que participou na noite do crime de uma reunião numa casa na Rua Guaporé, na Penha, quando Lorde ordenou o ataque. Segundo ela, também estavam na casa os quatro homens que foram executados por uma facção criminosa e entregues à polícia dentro de um carro, além da adolescente Brenda e do traficante conhecido como Da Lua, que estão foragidos. Os quatro executados eram conhecidos como Bruno, Marcelo, Boneco de Vodu e Boca Mole. Já Brenda seria namorada de Lorde.
A adolescente disse que, após a reunião, o grupo saiu da favela com gasolina e fósforos para cumprir a ordem de Lorde. A menor afirmou que ela e Brenda escolheram o primeiro ônibus que passou e fizeram sinal para ele parar. As duas teriam entrado primeiro no coletivo e, depois, foram seguidas pelo resto do grupo. Ela relatou que Bruno era o único armado e que carregava o galão de gasolina. Disse ainda que saltou do ônibus junto com Boca Mole e que foi para a parte traseira para impedir a saída dos passageiros.
"Ela disse também que, enquanto derramava o combustível, Bruno ameaçava atirar em quem tentasse sair", acrescenta a nota.
Marcelo teria impedido o motorista de abrir a porta traseira. Segundo ela, a quadrilha saiu do veículo e Boneco de Vodu iniciou o incêndio, lançando o fósforo. A menor descreveu Brenda como morena, de cabelos cacheados na altura dos ombros. Da Lua seria branco, com aproximadamente de um metro e meio de altura e um dragão tatuado no braço. Ela disse não saber o paradeiro dos dois.
Segundo a secretaria, a menor afirmou desconhecer a informação passada ao Disque-Denúncia de que policiais militares teriam extorquido Lorde. Ela foi apreendida no final da noite de sexta-feira por policiais militares do 22º BPM (Maré), no Morro do Jordão, em Jacarepaguá, na casa da avô, que acompanhou o depoimento da neta na DPCA.
De acordo com a menor, os quatro comparsas de Lorde foram executados por ordem do traficante conhecido como Mica.
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