A secretária de Recursos Humanos da prefeitura de Curitiba, Maria do Carmo Aparecida de Oliveira, recusou-se a receber os servidores da saúde, em greve desde o último dia 5, nesta sexta-feira (16) e afastou ainda mais a possibilidade de um acordo. Uma reunião estava marcada para às 11h, entre a secretária e diretores do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc).
Representantes dos funcionários da saúde em greve foram ao encontro, mas a secretária negou-se a recebê-los, e a reunião acabou cancelada. O sindicato já pede uma intervenção do prefeito Luciano Ducci (PSB) para abrir diálogo com os manifestantes.
A assessora para assuntos jurídicos do Sismuc, Irene Rodrigues, criticou a postura da secretária. "Não tem processo de negociação se não tiver (a participação) das pessoas que estão em greve", afirmou.
Ela disse que a possibilidade de diálogo com Maria do Carmo está cada vez mais difícil. "Infelizmente, a administração fecha as portas para a negociação. Eu espero que o prefeito possa tomar as rédeas desse processo. A negociação com a secretária não está funcionando."
Depois que a reunião acabou frustrada, o grupo de grevistas realizou um protesto em frente ao edifício em que mora Ducci, no bairro Batel. Com carro de som, bonecos, faixas e gritos de ordem, eles protestaram contra a redução da jornada de trabalho de 40 horas para 30 horas semanais para um grupo de servidores.
Negociação está marcada para fevereiro, diz secretária
A secretária Maria do Carmo disse que foi feito um acordo com o próprio Sismuc para que a redução da jornada de trabalho para 30 horas para todas as categorias da saúde fosse negociada somente em fevereiro do ano que vem e classificou a postura do sindicato em relação a greve como "ação política". "Eu acredito que os servidores entendem essa situação. Nós não estamos nos negando a discutir. Gostaríamos que todos tivessem bom senso. Nosso trabalho é manter o que acordamos com o sindicato", declarou.
Segundo ela, há uma mesa de negociação permanente aberta desde outubro entre o Executivo e o sindicato, para estudar mudanças no vencimento básico de todas as categorias de servidores do município. Este trabalho irá encerrar, por decreto de Ducci, no dia 1º de fevereiro e, somente depois da conclusão desse processo, é que seria aberta a negociação das 30 horas. "O combinado junto com o sindicato é que nós faríamos o foco no vencimento básico. É um volume grande de serviço."
A greve
A prefeitura de Curitiba aprovou, no último dia 6, o projeto de lei que reduz para 30 horas semanais a jornada de cinco categorias da área da saúde. Enfermeiros, técnicos em enfermagem, técnicos em higiene dental, auxiliares de consultório dentário e auxiliares de enfermagem seriam beneficiados com a mudança um total de 4.058 servidores.
Porém, a redução de jornada não atinge todos os servidores da área, criando um grupo de 1.176 funcionários "excluídos", todos lotados na Secretaria de Saúde. A redução de jornada para 30 horas seria recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), já que são funções consideradas estressantes.
- Sem contato com Ducci, servidores da saúde fazem manifestação na prefeitura
- Servidores da saúde decidem protestar em frente à casa de Ducci
- Sem avanço nas negociações, servidores da saúde fazem novas manifestações
- Sem acordo, greve continua na Saúde
- Vereadores aprovam jornada de 30h para servidores da Saúde
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Ataque de Israel em Beirute deixa ao menos 11 mortos; líder do Hezbollah era alvo
Deixe sua opinião