Nota do secretário
Francischini questiona ética do jornalista
O secretário Fernando Francischini se manifestou sobre o caso por nota enviada ao jornal. "Sou um defensor da liberdade de imprensa. Mas não poderia deixar de me manifestar sobre o desvio ético de alguém que comete uma infração grave de trânsito", alega. Ele negou que haja alguma orientação para a polícia agir com violência. "Mas, sim, linha dura contra os bandidos que fazem as pessoas de bem reféns em suas próprias casas. Me estranha um cidadão de bem, que nada deve, ligar para um coronel, no meio da noite, simplesmente para relatar uma abordagem". Francischini disse que foi aberta sindicância para apurar a ocorrência e que acredita que os policiais agiram de maneira certa.
Um secretário na contramão
Leia depoimento do colunista da Gazeta do Povo Celso Nascimento sobre as acusações feitas pelo secretário de Segurança Pública do Paraná, Fernando Francischini.
O secretário estadual de Segurança, Fernando Francischini, usou sua conta no Facebook para atacar o colunista Celso Nascimento, da Gazeta do Povo, no último domingo. Nascimento havia publicado uma coluna na edição daquele dia criticando a política de segurança no estado com base numa conversa que teve com oficiais da Polícia Militar na quinta e na sexta-feira. No texto, ele alertava para o risco de uma "cultura da violência"na gestão do secretário. Em resposta, Francischini divulgou na rede social que a coluna de Celso Nascimento teria sido motivada por uma abordagem policial sofrida dois dias antes.
Nascimento conta que, na noite da quinta-feira passada, por volta das 21h30, se dirigia com sua mulher a um restaurante quando entrou, por engano, na contramão de uma rua. O colunista, então, foi abordado por um carro da PM. "Dois soldados saltaram da viatura apontando pistolas para mim e me mandando descer do carro", afirma. Eles teriam revistado Nascimento e mandado que ele calasse a boca, ameaçando prendê-lo por desacato.
O colunista diz que teve de ficar no local até por volta de meia-noite. Nesse período, telefonou para o coronel aposentado da PM Eliseo Furquim.
Naquele mesmo dia, à tarde, Nascimento havia conversado com o coronel, que passou a informação abordada na coluna. Furquim confirma a informação e afirma ter procurado o colunista para alertar sobre o risco de cultura de violência. Após a conversa, uma reunião foi agendada com membros da PM para a sexta-feira.
"Quando abordado por policiais, arrisquei-me a ligar para o coronel Furquim para contar-lhe o quão profética tinha sido a afirmação que me fizera naquela tarde. Nada lhe pedi."
Furquim falou com um policial para questionar o motivo de o colunista ser retido por tanto tempo, já que a multa havia sido registrada. "Esperamos ainda mais meia hora para que me apresentassem o auto de infração e nos liberassem. Pergunto: havia necessidade de tanto abuso e desrespeito?", questiona o colunista.
No domingo, às 15h24, Francischini publicou no Facebook: "O suposto colunista Celso Nascimento dirigindo seu veículo em uma contramão de direção com as luzes apagadas (...) não obedeceu à ordem de parada de uma viatura do BPTran, tentou dar uma carteirada ligando para uma autoridade para não ser autuado e, ao final, ainda ameaçou os soldados".
O secretário compartilhou uma cópia do boletim de ocorrência, registrado no dia 16, às 10h26, onde não consta que Nascimento tentou fugir ou que o carro estivesse com os faróis apagados. Um segundo documento foi registrado pela polícia às 00h15 de domingo (após a publicação da coluna, que começa a circular no sábado à tarde). Nesse documento consta declaração de um policial que afirma que o jornalista tentou dar uma "carteirada". Furquim nega que Nascimento tenha telefonado para evitar ser multado ou pedir punição aos policiais. O coronel diz que conversou com o policial e pediu para que ele multasse Nascimento e o dispensasse.
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