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Em entrevista coletiva na noite desta quarta-feira (27), o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, corrigiu uma informação que havia dado anteriormente e disse que são 13 os mortos na confronto entre policiais e criminosos no conjunto de favelas do Alemão, no subúrbio. À tarde, Beltrame havia dito que o número era mais que 18.

A operação policial contra o tráfico desta quarta é a maior já realizada desde a ocupação nas favelas do Alemão e da Vila Cruzeiro, em 2 de maio, e a maior do ano. Segundo Beltrame, esta é uma ação que não tem data para terminar. "A secretaria tem condição de reunir o dobro do efetivo policial numa nova operação." De acordo com informações do Hospital Geral de Bonsucesso, nove corpos foram levados para o hospital com idades aparentando entre 13 e 40 anos. Segundo o Hospital Getúlio Vargas, quatro corpos foram levados para lá. Nenhum dos corpos foi identificado até o momento.

Refúgio dos criminosos

Ainda de acordo com o secretário, os policias chegaram pela primeira vez às áreas que são consideradas o refúgio dos criminosos – chamadas Areal, Chuveirinho e Matinha. Nesta quarta, os policiais levaram cinco horas para chegar ao local, numa ação cujo planejamento durou mais de dois meses. Beltrame também afirmou que na operação foram apreendidos 40 quilos de cocaína, 115 quilos de maconha, quatro metralhadoras .30 e outras armas de médio e pequeno porte.

Oito escolas com 4,6 mil alunos fecharam as portas nesta quarta e não tem previsão de voltar às aulas. Desde o início dos conflitos, seis escolas e três creches fecharam as portas.

O corpo de um homem foi retirado da favela pelos moradores, que disseram ser de um trabalhador. Mas segundo a polícia, os mortos na operação eram criminosos.

O secretário admitiu que o tráfico do local ainda tem um poder de fogo muito grande, mesmo após 50 dias de ação policial. Por isso, a secretaria vai manter o cerco policial para tentar restabelecer a ordem do que ele chamou de "estado paralelo".

Feridos

Sobre as vítimas de bala perdida, Beltrame disse que elas são um remédio amargo desse confronto. Até o momento, nove pessoas ficaram feridas durante o confronto entre a polícia e traficantes, de acordo com informações das secretarias de Segurança e Saúde e da Polícia Militar.

Os feridos são: Larissa Andrade Silva, 13 anos; Karen Cristina Batista Borges, 20; Arlete dos Santos, 48; Wesley Gláucio da Silva, 17; Ivo da Silva, 17; o policial da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) Domingos Silva; Carlos Henrique Matias Vitoriano, de 13 anos; Edvan Mariano de Souza, de 32 anos e Valnice Alves da Silva, 27.

Valnice, segundo contou aos policiais, trabalha em uma lanchonete e teria sido espancada por ter atrasado a entrega do almoço dos traficantes. Ela levou pancadas na cabeça e sangrava muito. Valnice foi levada para o Hospital Getúlio Vargas, na Penha. As outras pessoas teriam sido vítimas de bala perdida.

Policiais de várias delegacias especializadas e do Batalhão de Operações Especiais (Bope) continuam dentro das favelas da Grota, Fazendinha e Nova Brasília, que cortam os bairros de Ramos, Bonsucesso e Inhaúma.

Operação

Uma operação das polícias Civil e Militar, em conjunto com a Força Nacional de Segurança, foi deflagrada por volta de 9h, na manhã desta quarta-feira (27), no conjunto de favelas do Alemão e na Vila Cruzeiro, na Penha, no subúrbio.

Segundo a Secretaria estadual de Segurança, a operação conta com cerca de 1.200 homens das policias Civil e Militar de delegacias, da Coordenadoria de Operações e Recursos Especias (Core), batalhões, Batalhões de Operações de Especiais (Bope) e 150 agentes da Força Nacional.

O objetivo é coibir o tráfico de drogas e armas na região. De acordo com as primeiras informações, traficantes teriam atirado em policiais nas favelas da Fazendinha, Grota e Nova Brasília, e na Vila Cruzeiro.

Os policiais fazem incursões com blindados (conhecidos como "caveirão") dentro do Alemão, na operação iniciada na manhã desta quarta-feira (27).

Logo que os policiais chegaram de blindado à favela da Grota, os traficantes efetuaram disparos. Os moradores ficaram assustados, e aguardam o fim do tiroteio para voltarem para as suas casas.

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