Atualizado em 08/12/2006 às 18h33
O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Roberto Precioso, disse que houve falha na segurança que acompanhava a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ellen Gracie, e o vice-presidente do órgão, Gilmar Mendes, que foram assaltados, na noite desta quinta-feira, depois de desembarcarem na Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro. Cerca de dez ladrões cercaram o carro oficial dos ministros em um dos acessos à Linha Vermelha e levaram o veículo, uma Zafira, e objetos dos dois. Outros carros também foram atacados. Após troca de tiros com a polícia, dois do bando foram mortos e o carro foi abandonado pelos demais bandidos. Segundo Precioso, o ideal é que tivesse sido solicitada a segurança da Polícia Federal para os ministros, que eram acompanhados por seguranças do Tribunal de Justiça do Rio.
- Acho que houve falha. Deviam ter solicitado a segurança da Polícia Federal - disse Precioso, que é delegado da Polícia Federal.
Precioso, que participou da solenidade de formatura de delegados, peritos, escrivães e agentes da PF, na Academia Nacional de Polícia, em Brasília, na manhã desta sexta-feira, disse que, assim que tomou conhecimento do assalto às duas maiores autoridades do STF, a governadora Rosinha Garotinho ligou para ele pedindo empenho na apuração do caso. Participando da mesma solenidade, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, disse que a PF entrará nas investigações das causas do assalto aos ministros. Thomaz Bastos classificou o episódio como "profundamentente lamentável".
Ellen Gracie fala pouco sobre o incidente
Nesta sexta-feira, foi montado um forte esquema de segurança para receber os dois ministros no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, nas comemorações do Dia Nacional da Conciliação . Ellen Gracie se pronunciou em vários momentos durante o evento, mas em nenhum momento citou a violência sofrida. Após participar da inauguração do Lâmina 3, prédio anexo ao Fórum do Rio de Janeiro, Ellen Gracie falou rapidamente sobre o assalto de que foi vítima:
- Tudo bem, tudo calmo. Ninguém se machucou. Está tudo em ordem. A governadora me ligou - disse a ministra, cercada por seguranças, impedindo a aproximação de jornalistas.
O ministro Gilmar Mendes, também falou sobre o assalto:
- Cabe a polícia investigar. É uma questão de segurança pública que é um direito do cidadão. É importante que esta questão seja resolvida e haja uma solução para o Brasil - disse o ministro, após participar da inauguração da lâmina III, prédio anexo ao Tribunal de Justiça do Rio.
Cabral lamenta episódio e Rosinha não se manifesta
O governador eleito do Rio, Sérgio Cabral, disse que conversou com Gracie sobre o episódio, durante o evento no Tribunal, e que ela afirmou estar tranqüila, apesar do incidente. Cabral disse ainda que, como cidadão, lamenta profundamente o fato da presidente e do vice-presidente do STF terem sido vítimas de um assalto:
- Como governador eleito eu não posso comentar essa situação (o assalto) por questão de ética.
A governadora Rosinha Garotinho, que se sentou ao lado da ministra à mesa onde estava sendo realizada a cerimônia, não se manifestou sobre o episódio. Segundo sua assessoria, as informações serão passadas pela Secretaria de Segurança Pública.
Durante a cerimônia no Rio, que contou com a presença de representantes de tribunais de Justiça de todo o país, o caso foi diretamente mencionado apenas uma vez.
- Quero regozijar-me com Vossa Excelência pelo incidente de ontem (quinta-feira) - disse o desembargador Benício Figueiredo, da Bahia.
O presidente do Tribunal de Justiça do Rio, Sergio Cavalieri, afirmou, em nota que lamentou o assalto, assim "como todo e qualquer ato de violência registrado em nosso estado".
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