O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Rodrigo Pinho, apresentou nesta quarta-feira denúncia contra o secretário estadual de Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho, por desacato. O Tribunal de Justiça de São Paulo vai analisar se aceita a denúncia, na qual Saulo é acusado de ofender deputados estaduais durante uma reunião da comissão de Segurança Pública, no último dia 6 de junho. Saulo teria que prestar esclarecimentos sobre a onda de violência promovida por uma facção criminosa. Se a denúncia for aceita, Saulo ficará sujeito a pena de detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
De acordo com a denúncia, Saulo feriu a dignidade e o decoro dos parlamentares com gestos e atitudes ofensivas, além de chamar a audiência de "lengalenga". Cerca de 70 policiais fardados acompanharam a sessão e se manifestaram várias vezes em favor do secretário. De acordo com a denúncia, em um dos episódios ofensivos, Saulo chegou a ensaiar passos de dança e batucou na mesa enquanto era ouvido.
Segundo o Ministério Público, o secretário ainda tomou o microfone e falou sem ser autorizado. Quando o microfone foi tomado das mãos dele, Saulo teria levantado as mãos simulando uma revista. A atitude provocou aplausos dos policiais presentes.
Em junho, um grupo de deputados estaduais já havia apresentado uma representação ao Ministério Público acusando o secretário de por improbidade administrativa, crime de responsabilidade e abuso de autoridade, devido ao comportamento de Saulo durante a audiência.
A postura de Saulo depois dos ataques do crime organizado a São Paulo também gerou insatisfação da sociedade civil. Entidades de direitos humanos e envolvidas com a apuração das mortes ocorridas no estado chegaram a questionar a permanência dele no cargo . Mas o governador Claudio Lembo não deu ouvidos.
A assessoria de imprensa do secretário Saulo de Castro diz que ele não vai se manifestar sobre a denúncia, por enquanto.
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