Carlos Siqueira, que era coordenador-geral da campanha presidencial de Marina Silva| Foto: Divulgação / PSB

PF busca verdadeiro dono do jato que caiu

A Polícia Federal investiga três empresários de Pernambuco suspeitos de terem participado da compra irregular do jato Cessna Citation 560 XL, prefixo PR-AFA, que caiu em Santos na semana passada, matando Eduardo Campos e outras seis pessoas. Os empresários João Carlos Lyra Pessoa Monteiro de Mello Filho, Apolo Santana Vieira e Eduardo Freire Bezerra Leite teriam adquirido a aeronave, mas a Agência Nacional de Aviação Civil desconhecia o negócio. Oficialmente, ela pertence a AF Andrade, empresa de Ribeirão Preto, que está em recuperação judicial. Pela lei, o Cessna usado por Campos não poderia ser vendido sem autorização judicial. Só agora, após o acidente, a AF Andrade informou a Anac da compra.

Agência Estado

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Líderes do PSB correm para evitar que a crise detonada pela saída do secretário-geral da sigla, Carlos Siqueira, da coordenação-geral da campanha presidencial de Marina Silva ganhe maiores proporções. Enquanto Siqueira deixava a sede do partido na manhã de ontem acusando Marina de tentar tomar conta do partido, o presidente nacional da sigla, Roberto Amaral, dizia de forma enfática que não existia "ruído" na campanha de Marina. Amaral tentou colocar "panos quentes" nos ânimos acalorados e disse que a reação de Siqueira era de cunho "pessoal" e não tinha "conteúdo político". "O PSB está unido em torno da campanha", insistiu.

Uma discussão na reunião de quarta-feira entre Siqueira e Marina foi o estopim da crise. Marina teria anunciado os nomes que a Rede indicaria para a nova composição da coordenação da campanha. Segundo interlocutores, a ex-senadora disse que não se pronunciaria sobre as indicações do PSB, mas sugeriu que Siqueira continuasse na função.

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O secretário-geral considerou que Marina o teria destituído do cargo e que ela havia deixado clara a falta de confiança nele. "Quando se está em uma instituição como hospedeira ela não pode mandar nessa instituição. Marina que vá mandar na Rede dela", disparou Siqueira ontem. O pessebista já havia dito mais cedo que queria distância da ex-senadora, que seu compromisso era com Eduardo Campos, que Marina estava tentando "mandar" na legenda e que a ex-senadora estava longe de representar o legado do ex-governador.

Outro lado

Aos jornalistas, Marina disse que estava "muito tranquila" com sua consciência e atribuiu a situação à "gravidade do momento e ao tensionamento" causado pela morte trágica do presidenciável. "Há que ter compreensão com as sensibilidades das pessoas. E essa capacidade eu tenho. Eu prefiro sofrer uma injustiça do que praticar uma injustiça", declarou.

Os interlocutores de Mari­­na repetiam o discurso de que Siqueira ainda estava abalado com a morte do ex-governador de Pernambuco. O até então coordenador-geral da campanha é um dos representantes mais orgânicos do partido, muito ligado ao clã Arraes e por isso sempre foi muito próximo de Campos.

Os aliados de Marina consideravam que a reação de Siqueira era "emocional", um mal-entendido provocado pelas circunstâncias. Não à toa, o vice da chapa de Marina, deputado Beto Albuquerque (RS), se ofereceu imediatamente para ocupar interinamente a função de Siqueira e classificou o episódio de "pequeno desentendimento". "O PSB precisa da Marina. E a Marina precisa do PSB", resumiu um apoiador da ex-senadora.

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Mais uma baixa

O coordenador de mobilização e articulação da campanha, Milton Coelho, também anunciou ao presidente da sigla, Roberto Amaral, que deixará a coordenação. Membro da Executiva Nacional do PSB, Coelho disse que, sem Eduardo Campos, seu "compromisso com a coordenação da campanha acabou". "Meu compromisso era com o Eduardo", resumiu o pessebista.

No Paraná

O governador do Paraná e candidato à reeleição, Beto Richa (PSDB), disse ontem que sua campanha não perde nada com a candidatura de Marina Silva à Presidência. Eduardo Campos, candidato do PSB que morreu na semana passada, apoiava a reeleição de Richa, ao contrário de Marina. Com isso, o tucano teria dois palanques de presidenciáveis no estado. "Todos sabem que onde eu vou peço votos para o Aécio Neves, que é o nosso candidato. [A campanha] não perde nada", disse. "O PSDB tem prefeitos, deputados e tempo de tevê."