Em visita à Assembleia, o secretário estadual da Fazenda, Luiz Carlos Hauly (PSDB), saiu em defesa do governador Beto Richa (PSDB) e criticou o tratamento dado pela União ao Paraná. Aos jornalistas, Hauly pediu ao ministro das Comunicações, Paulo Bernardo (PT), que detalhe onde estão os recursos que mostrariam que o estado é o que mais recebe verba de convênios com o governo federal na Região Sul. Segundo ele, falta boa vontade dos ministros paranaenses para ajudar na liberação de pedidos de empréstimos do Paraná em Brasília.
Munido de uma série de tabelas e gráficos, Hauly partiu para o ataque um dia depois de Bernardo dizer na Assembleia que o governador deveria trabalhar em vez de "ficar sentado criticando". De acordo com o ministro, o Paraná receberia R$ 3,8 bilhões da União em convênios, o Rio Grande do Sul ficaria com R$ 3,47 bilhões, e Santa Catarina, com R$ 1,98 bilhão.
Em resposta, Hauly disse que os números não correspondem com a contabilidade oficial do estado. Logo em seguida, citou, por exemplo, que o Paraná é o 5.º estado que mais paga impostos à União, mas aparece em 25.º no ranking de investimentos per capita previstos no orçamento federal deste ano atrás de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. "Ele [Bernardo] está pensando na esposa [Gleisi Hoffmann] candidata [ao governo do estado] e não no Paraná. Precisamos da ajuda deles, não da intriga", afirmou. "Boa vontade deles seria liberar R$ 2,4 bilhões em empréstimos, ou eles estarão fazendo política contra o Paraná."
PT rebate
Presidente do PT no estado, o deputado Enio Verri rebateu as críticas de Hauly e disse que os investimentos da União no Paraná aumentam a cada ano. Segundo ele, todo recurso federal que vem para o estado deve ser considerado investimento, seja via parceria com o Executivo estadual ou diretamente com os municípios. "Essa é uma análise parcial do secretário, que está falando mais com o lado político do que com o técnico, está fazendo um jogo de aparências", defendeu. "Quem perde com esse jogo de números é o Paraná. Eles precisam mesmo é justificar o não governo, dizer quando vai acabar o período de transição."
Deixe sua opinião