Se depender da vontade do governador Roberto Requião (PMDB) os secretários-candidatos permanecem nos cargos até o prazo final de desincompatibilização, em abril de 2006. A tentativa da bancada do PMDB de antecipar para dezembro a saída dos integrantes do primeiro escalão do governo que pretendem disputar as eleições do próximo ano não prosperou.
Antes mesmo de a proposta ser apresentada oficialmente pelos deputados, o governador anunciou ontem que os secretários vão ficar nos cargos até a data limite.
Na equipe, existem cerca de 16 pré-candidatos à Assembléia Legislativa ou à Câmara Federal. A substituição exigiria uma ampla reforma no secretariado, medida descartada neste ano. "Não vou desorganizar o estado agora por ser véspera de campanha. Os secretários sabem o que estão fazendo, conhecem os funcionários e os programas", disse o governador.
Requião não concorda com as reclamações dos deputados de que a permanência dos secretários estaria provocando uma concorrência desleal entre os outros pré-candidatos que não têm a mesma visibilidade ou poder de liberação de recursos. Para o governador, ocorre o inverso: os deputados é que dispõem de maiores facilidades. "A vantagem maior é dos deputados que podem se candidatar e fazer campanha no exercício do mandato, usando seus gabinetes", comparou.
A iniciativa de pedir a saída antecipada dos secretários candidatos partiu do primeiro-secretário da Assembléia e vice-presidente estadual do PMDB, Nereu Moura. O deputado participou ontem da reunião semanal do secretariado e percebeu que a proposta não foi bem recebida. "Acham que estou sendo drástico e rude na avaliação, mas o que queremos é apenas uma definição", explicou.
Entre os pré-candidatos, três secretários já são deputados estaduais e vão tentar a reeleição: Caíto Quintana (Casa Civil), Edson Strapasson (Assuntos Metropolitanos) e Vanderlei Iensen (chefe de gabinete). Se deixarem os cargos no Palácio Iguaçu, reassumem as cadeiras na Assembléia que estão sendo ocupadas pelos suplentes Antônio Anibelli (PMDB), Ademir Bier (PMDB) e César Seleme (PP).
Para Vanderlei Iensen, a possibilidade de retornar à Assembléia torna indiferente sair em dezembro ou abril de 2006. "Temos gabinete e estratégia de campanha pronta. Tanto faz sair no prazo final ou quatro meses antes", explicou.
O chefe da Casa Civil, Caíto Quintana, considera uma "bobagem" a bancada acusar os secretários de usar o cargo para fazer campanha eleitoral. "Tem mil formas de fazer concorrência desleal e não é porque um secretário libera casas, por exemplo, que está pedindo apoio na campanha", disse. Quintana afirmou ainda que os deputados têm mais tempo para visitar as bases eleitorais.
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