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Youssef (dir.) não apresentou provas de sua acusação. | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Youssef (dir.) não apresentou provas de sua acusação.| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

O doleiro Alberto Youssef afirmou em delação premiada que o Palácio do Planalto e a cúpula da Petrobras sabiam do esquema de corrupção na estatal.

“Tanto a presidência da Petrobras quanto o Palácio do Planalto tinham conhecimento da estrutura que envolvia a distribuição e repasse de comissões no âmbito da estatal”, disse o doleiro, segundo trecho da delação que se tornou público nesta segunda-feira (9).

O doleiro nominou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a atual presidente Dilma Rousseff, e os ex-ministros José Dirceu, Edison Lobão, Ideli Salvatti, Gleisi Hoffmann, Gilberto Carvalho e Antonio Palocci entre os nomes do Planalto que sabiam do esquema.

No mesmo depoimento, quando indagado diretamente sobre a participação da ex-presidente da Petrobras Graça Foster, o doleiro Alberto Youssef não foi assertivo. “O declarante esclarece acreditar que a mesma [Graça Foster] soubesse da estrutura de repasses das construtoras para partidos, mas não pode afirmar”.

A informação de que Youssef havia dito que o Planalto sabia do esquema foi revelado às vésperas do segundo turno da eleição presidencial pela revista Veja. A revelação da íntegra da delação premiada confirma a reportagem da época.

“Eram comuns as disputas de poder entre partidos relacionadas à distribuição de cargos no âmbito da Petrobras e que essas discussões eram finalmente levadas ao Palácio do Planalto para solução; [Youssef] reafirma que o alto escalão do governo tinha conhecimento”, diz o depoimento, dado em 3 de outubro.

Sem provas

Na delação premiada, Youssef, porém, não forneceu provas documentais sobre o suposto grau de conhecimento de cada um dos citados acerca do esquema na Petrobras. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, decidiu não investigar Dilma, afirmando estar impossibilitado pela Constituição– que autoriza a apuraão de crimes cometidos por presidentes somente em função de atos relativos ao exercício do cargo.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, em defesa de Dilma, afirmou que não há elementos mínimos para iniciar a investigação.

Em nota divulgada na sexta-feira (6), o PT defendeu os governos Lula e Dilma e afirmou ter convicção “de que todos os acusados devem ter direito ao contraditório, à ampla defesa e ao devido processo legal. E, ao final de eventual processo, caso seja comprovada a culpa de qualquer filiado ao PT, serão aplicadas punições previstas no Estatuto”.

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