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Deputado Cândido Vaccarezza (esq.), líder do PT na Câmara, e o ministro Luiz Sérgio: valor de R$ 560 havia sido cogitado, caso houvesse a possibilidade de o governo perder na votação da Câmara marcada para amanhã | Antônio Cruz/ ABr
Deputado Cândido Vaccarezza (esq.), líder do PT na Câmara, e o ministro Luiz Sérgio: valor de R$ 560 havia sido cogitado, caso houvesse a possibilidade de o governo perder na votação da Câmara marcada para amanhã| Foto: Antônio Cruz/ ABr
  • Veja as dissidências que ocorreram para aprovação do mínimo

Convencida pelos líderes dos partidos da base de apoio de que será possível aprovar amanhã a proposta de reajustar o salário mínimo para R$ 545, a presidente Dilma Rousseff abandonou a ideia de aceitar a possibilidade de elevar o valor para R$ 560 – aventada diante do risco de sofrer uma derrota na Câmara dos Deputados devido às dissidências de aliados. Após reunião com líderes partidários e com a própria presidente, o ministro de Relações Institucionais, Luiz Sérgio, disse que "não há plano B" para o valor do mínimo.Segundo o líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), a decisão foi tomada após ele e o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), assegurarem que os parlamentares governistas estão convencidos da necessidade de aprovar o mínimo de R$ 545 – reajuste acima desse valor poderia comprometer o esforço do governo de fazer economia para conter a inflação crescente.

"É a conta possível para o governo, o mínimo de R$ 545 e o reajuste da tabela do Imposto de Renda em 4,5%", afirmou Jucá. "A presidente sabe que tem de tomar essa medida dura, corajosa, de responsabilidade fiscal, que de certa forma enfrenta as centrais sindicais e alguns segmentos da base do governo, mas que é importante. É a decisão correta, certa, e é o número que será trabalhado."

Jucá dá como certo o êxito do trabalho que ele e Vaccarezza estão fazendo para remover eventuais resistências entre os aliados do governo. "A base está entendendo o discurso, sabe da responsabilidade. Estamos vivendo um momento economicamente importante, o início do governo que tem de direcionar a questão perante os gastos e perante o futuro". "Será uma luta dura, mas o governo deverá vencer na Câmara, como eu também espero vencer no Senado", prevê.

A manutenção do mínimo de R$ 545 pelo governo, porém, deve causar desgaste com as centrais sindicais. Hoje, elas realizam protestos em Brasília por um reajuste maior. A Força Sindical, presidida pelo deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força, promete pôr em Brasília e no Congresso cerca de 500 dirigentes sindicais, todos eles dispostos a fazer muito barulho por R$ 580. Paulinho disse que quer evitar o rolo compressor do governo. "Se quiserem votar na marra, vão ter de usar o Exército para cercar o Congresso", ameaçou.

A CUT garantiu a presença de 200 líderes, em Brasília. Eles vão se concentrar a partir das 14 horas na portaria dos anexos 2 e 4 da Câmara, por onde os deputados passam no caminho de ida e volta dos gabinetes. Amanhã, as centrais pretendem reunir milhares de manifestantes na Esplanada dos Ministérios, aproveitando para tratar de uma pauta mais extensa, que vai desde o salário mínimo à campanha salarial nacional unificada do funcionalismo.

Já a oposição aposta na pressão sindical e na possível dissidência na base para faturar politicamente. Ontem, o líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Duarte Nogueira (SP), disse que o partido vai apresentar amanhã uma emenda propondo reajuste para o salário mínimo no valor de R$ 600 – maior até do que o pedido pelas centrais.

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