Para evitar novas surpresas com tentativas de invasão ao Palácio do Planalto, como aconteceu há um mês com os índios, a segurança do Palácio do Planalto está, mais uma vez gradeando o prédio onde funciona a Presidência da República. Uma manifestação está prevista para sair da altura do Museu da República, descer a Esplanada dos Ministérios, passar pela Praça dos Três Poderes, onde fica o Planalto, e seguir para o gramado do Congresso.
O governo teme tumultos na chamada Marcha do Vinagre. Os manifestantes já se concentram no início da Esplanada e devem começar a caminhar às 17 horas. São esperados pelo menos dois mil manifestantes. O protesto desta tarde, convocado pelas redes sociais, é contra a brutalidade de policiais nas manifestações, dinheiro gasto na construção de estádios, sucateamento dos transportes públicos, problemas na segurança e saúde no País.
Preocupado com a escalada das manifestações no País, o governo está chamando para conversa manifestantes de alguns grupos. O próprio ministro-chefe da Secretaria Geral, Gilberto Carvalho, recebeu dois representantes de manifestos na manhã desta segunda-feira e receberá outros à tarde, antes de falar com a imprensa.
Rodrigo Montezuma, diretor de Mobilização Social do Instituto de Fiscalização e Controle de Brasília, e sua filha Illyusha, estiveram no Planalto conversando com o ministro-chefe da Secretaria Geral, Gilberto Carvalho, para apresentarem queixas contra a violência da Polícia Militar do DF nos protestos de sábado, 16, contra os gastos com a construção do estádio. Illyusha, que participou da manifestação, disse que foi agredida no protesto. "Onde está o direito constitucional da livre manifestação? Este direito tem de ser respeitado porque os jovens não podem mais sair na rua porque acabam apanhando", reclamou Rodrigo Montezuma, ao comentar que dez mil policiais trabalharam na abertura da Copa das Confederações e depois do evento não eram mais vistos em nenhum outro ponto da cidade.
Ele disse "que não aguenta mais a falta de prioridade para a saúde" e que "não é possível que governos sociais ajam com tanta truculência". Segundo ele, o ministro Gilberto Carvalho teria se comprometido a falar com o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, sobre a ação da PM e que Gilberto teria reconhecido que a PMDF agiu com excessos. A assessoria do ministro, no entanto, não confirma essa versão.
Nessa segunda à tarde, Gilberto Carvalho terá uma nova reunião com representantes do grupo "Copa para quem?". O governo está se empenhando para manter um diálogo aberto com os manifestantes, tentando evitar a radicalização do movimento.
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