Em meio à maior crise institucional de sua história, a Assembleia Legislativa do Paraná (AL) enfrentou mais um problema no início da tarde de ontem. Seguranças da Casa teriam agredido o servidor Lourival Vieira Júnior, chefe de gabinete do primeiro-secretário da Casa, o deputado Alexandre Curi (PMDB). A agressão teria relação com um projeto de lei, em tramitação na Assembleia, que trata da Polícia Legislativa. Cerca de 20 policiais militares estiveram na Assembleia para conter o tumulto, mas ninguém foi preso.
Segundo funcionários da Assembleia, alguns seguranças teriam ido ao gabinete da presidência da Casa para cobrar explicações sobre o projeto, de autoria do presidente do Legislativo, deputado Nelson Justus (DEM). A proposta dá direito a gratificações salariais aos policiais militares que prestam serviço de assessoramento ou coordenação da Polícia Legislativa. A proposta, que está na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), não agrada aos seguranças da Casa, que temem perder o emprego.
Como não encontraram ninguém que pudesse comentar a proposta na presidência, os seguranças teriam questionado, nos corredores da Assembleia, o chefe de gabinete de Curi sobre o assunto. Testemunhas confirmaram que houve um desentendimento entre eles e que os seguranças agrediram Vieira Júnior. A Polícia Militar (PM) foi chamada e mandou cerca de 20 homens para a Assembleia. Diante da confusão, os envolvidos no tumulto se trancafiaram na sala de segurança da Casa, fazendo ameaças verbais a outros funcionários.
Sem boletim
Apesar de os ânimos terem se exaltado, não houve registro de boletim de ocorrência e ninguém foi preso, de acordo com a PM. Em nota, a assessoria da Assembleia afirmou que houve apenas uma discussão entre dois funcionários da Casa, que gerou uma "onda de boatos" e um "desencontro de informações". O texto da nota diz que "ninguém foi agredido, nenhum parlamentar sofreu qualquer tipo de constrangimento e tudo não passou de um grande mal-entendido". O deputado Nelson Justus afirmou que vai ouvir os envolvidos antes de tomar qualquer decisão.
No gabinete de Alexandre Curi, ninguém quis comentar o assunto.
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