Seis partidos da base aliada reclamaram nesta quarta-feira (11) de tratamento diferenciado do Palácio do Planalto aos governistas na Câmara e criticaram a coordenação política comandada pela ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais). A "rebelião" envolve PR, PDT, PTB, PSC, PC do B e PRB, que reúnem 108 parlamentares. O estopim para as reclamações foi uma reunião promovida pela ministra segunda-feira (9) com parte dos governistas, conversando com PMDB, PT, PP e Pros.
No encontro, a ministra anunciou que ficaria em R$ 10 milhões a cota das verbas para obras apadrinhadas por deputados e senadores no Orçamento da União e indicou que deve ser vetada regra inserida na Lei de Diretrizes Orçamentárias que prevê o pagamento obrigatório de parte dessas verbas.
Os líderes, no entanto, pouparam a presidente Dilma Rousseff das críticas. "Queremos deixar registrada nossa total insatisfação desses partidos que merecem respeito", disse o líder do PDT, Andre Figueiredo (CE). "Passamos dois anos e meio muito turbulento, de certo afastamento e nos últimos seis meses, com a condução brilhante da presidente, com sintonia e sinergia... Queremos alertar todo esse processo de desgaste. Não somos os maiores partidos, mas somos todos da base", disse.
Para o líder do PR, Anthony Garotinho (RJ), ficou a impressão que esses partidos são dispensáveis. "Espero que tenha sido um equívoco, um engano e que seja corrigido", afirmou. Ou somos todos base ou não somos só alguns".
Os partidos estiveram reunidos na tarde de hoje, mas ainda não ficou acertado se haverá retaliações. No início da sessão, o PR anunciou que iria dificultar a votação de uma medida provisória para demonstrar a insatisfação.