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Seis pessoas ficaram feridas durante o confrontos entre camelôs e guardas civis e policiais na madrugada desta quinta-feira na Rua Oriente, no Brás, região central da cidade. O balanço, divulgado na noite desta quinta-feira, pela Subprefeitura da Mooca, ainda afirma que dois camelôs foram presos e três carros, depredados. A subprefeitura afirma que as fiscalizações continuarão ocorrendo na região e que, de janeiro até hoje, 45 toneladas de produtos piratas ou contrabandeados foram apreendidos no local.

O confronto começou por volta das 2h, quando a chamada 'Feirinha da Madrugada' era montada. Ambulantes sem licença para montar as barracas na região foram impedidos de vender seus produtos pela Guarda Civil Metropolitana. Revoltados, incendiaram um caminhão da Subprefeitura e um ônibus da Defesa Civil que iria levar as mercadorias apreendidas.

O Brás é o maior pólo de confecção do país, com 6 mil lojas que faturam, por ano, R$ 7 bilhões. Por dia, 500 mil pessoas fazem compras no bairro. Perto do Natal, só a Rua 25 de Março recebe 1 milhão de consumidores por dia.

No confronto, os ambulantes atiraram pedras contra guardas e policiais e destruíram lixeiras públicas. A Polícia Militar foi acionada e usou balas de borracha e bombas de gás pimenta para dispersar os manifestantes. Um policial militar ficou ferido e quatro pessoas foram presas.

Depois do confronto, os camelôs fizeram uma passeata na Rua Oriente. As lojas ficaram fechadas na maior parte da manhã. Só por volta de 10h30m alguns lojistas se arriscaram a abrir as portas. As ruas Monsenhor de Andrade, São Caetano e João Teodoro ficaram interditadas por três horas. A CET teve de desviar o trânsito e houve congestionamento.

A 'Feirinha da Madrugada' acontece no Brás das 4h às 8h30m, quando as lojas da região começam a abrir. Cerca de 3.500 ambulantes são cadastrados para trabalhar na feirinha. Outros 5 mil são ilegais. A prefeitura afirma que, ao todo, na cidade, cinco mil camelôs são cadastrados. Estima-se que 50 mil pessoas trabalhem ilegalmente no comércio ambulante de São Paulo. O secretário das Subprefeituras, Andrea Matarazzo, disse que a repressão aos ilegais vai continuar e quem quiser trabalhar deve buscar os chamados shoppings populares instalados no centro.

A operação de repressão aos ambulantes ocorre um dia depois da prisão de dois guardas-civis metropolitanos, acusados de cobrar propina de camelôs ilegais que atuam na região da Rua 25 de Março. Os dois cumprem prisão temporária de cinco dias no 70º Distrito Policial de Sapopemba. A Justiça decretou também a prisão de outros três envolvidos no escândalo de corrupção, denunciado pelo jornal 'Diário de S.Paulo' no fim de outubro .

Um camelô, que seria responsável pelo recolhimento da propina de quase R$ 500 por dia, também foi preso. Os nomes dos guardas e dos demais acusados não foram divulgados pela polícia. A corregedoria da Guarda Municipal informou que, antes da denúncia feita pelo jornal, já havia afastado dois guardas e aberto sindicância para apurar a ação de 15 guardas. Os guardas envolvidos no esquema de cobrança de propinas na Rua 25 de Março devem ser expulsos da GCM.

- Estas prisões vão servir de exemplos para aqueles que eventualmente desviam do caminho da honestidade. A determinação da Justiça foi uma medida salutar - disse o coronel e corregedor da Guarda, Paulo Máximo.

A corregedoria começou a investigar o esquema depois de receber denúncia anônima dos próprios camelôs que trabalham na 25 de Março. Inconformados e revoltados com o esquema, eles fizeram a denúncia.

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