Yeda Crusius, no portão de sua casa, disse que manifestação contra ela foi um ato “selvagem e criminoso”| Foto: Roberto Vinícius/Agência Free Lancer/AE

Candidatura

Tarso espera confirmação

O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse ontem que espera ser confirmado candidato do PT ao governo do Rio Grande do Sul na convenção do partido, que acontece sábado. Tarso disse que buscará uma composição com partidos aliados, como PDT, PCdoB, PSB e PTB em torno de dua candidatura. "Vamos ter a convenção, provavelmente serei indicado.". Mas, para setores do PT nacional a candidatura do ministro criaria dificuldades em consolidar alianças com o PMDB visando à eleição presidencial.

CARREGANDO :)

Porto Alegre - A governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), se disse ontem indignada com a manifestação realizada em frente à sua casa, em um bairro nobre de Porto Alegre. O protesto terminou com seis pessoas detidas por desacato a autoridade e tentativa de invasão.

A manifestação pedia o impeachment da tucana, que enfrenta uma crise no seu governo. Ela condenou a atitude hostil contra a vida privada de um governante. "Meus netos foram proibidos de ir à escola, ter aula e fazer suas últimas provas. Eles se depararam com um ato selvagem e criminoso", afirmou.

Publicidade

Yeda disse estar tranquila, pois teve o voto popular para governar o Rio Grande do Sul. Segundo ela, sua gestão trouxe benefícios aos gaúchos e o Estado está entregando os frutos do ajuste das contas públicas. "O ato foi uma demonstração inadequada e covarde em nome de falsas demandas corporativas."

A governadora e integrantes de seu governo são acusados de desvio de dinheiro no Detran-RS, fraude em licitações, além de caixa dois na campanha eleitoral de 2006.

Entre os detidos estavam a vereadora de Porto Alegre Fernanda Melchionna (PSol) e a presidente do Centro de Professores do Rio Grande do Sul, Rejane Oliveira. Todos foram liberados por volta das 12h30. A vereadora comparou o episódio ao período da ditadura militar, pois disse que foi presa sem motivo. "Fui (presa), independentemente de não ter nenhum argumento para me prenderem", disse Melchionna, que pretende registrar uma ocorrência contra os policiais por abuso de autoridade. "Houve violência", afirmou.

A reportagem procurou a Brigada Militar, que organizou a retirada dos manifestantes, mas o órgão não se manifestou sobre o caso.

O protesto começou por volta das 7 horas e durou cerca de duas horas. Os manifestantes levaram um contêiner semelhante ao usado nas "escolas de latas" do estado e gritavam palavras de ordem. Cerca de 200 pessoas participaram do ato, a maioria professores, sindicalistas e estudantes.

Publicidade

A governadora reagiu ao protesto e discutiu com os manifestantes. Em resposta aos ataques, a tucana apresentou um cartaz escrito à mão: "Vocês não são professores. Torturam crianças. Abram alas que minhas crianças têm aula".

A Brigada Militar foi acionada e policiais do Batalhão de Operações Especiais foram até o local. Segundo os organizadores do ato, os policiais retiraram os manifestantes da frente da casa, localizada em bairro nobre de Porto Alegre. Os manifestantes, porém, continuaram o protesto numa distância de 50 metros. Já no final da manifestação, as seis pessoas foram detidas.

Os manifestantes decidiram fazer o protesto em frente à casa da governadora porque o imóvel é suspeito de ter sido comprado com dinheiro de caixa dois da campanha eleitoral de 2006. Após a manifestação em frente à casa de Yeda, os manifestantes continuaram o ato em frente ao Palácio Piratini, sede do governo gaúcho. Segundo os organizadores, cerca de 500 pessoas participaram do ato. Os manifestantes soltaram mil balões pretos em sinal de luto pela situação do governo gaúcho.