O governo federal não conseguiu acordo para votar o orçamento da União para 2012 ontem, reforçando a tese de que não há interesse do Executivo em aprovar o texto neste ano. Com isso, o Planalto ganharia tempo e escaparia das pressões para aumentar gastos em meio à crise financeira internacional.
O presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), marcou uma nova tentativa de votar o texto hoje, às 9 horas, último dia de trabalho no Congresso. Se o orçamento não for votado neste ano, a presidente Dilma Rousseff começa 2012 podendo gastar menos que um décimo das receitas previstas para o ano que vem.
Como 2012 é um ano eleitoral, os congressistas têm pressa na votação, uma vez que três meses antes da eleição não é mais permitido liberar dinheiro para novas obras. O impasse na votação continua sendo o reajuste para aposentados e pensionistas do INSS. O aumento para o Judiciário já saiu da pauta dos congressistas.
A reportagem apurou que até mesmo o PMDB, principal fiador desse reajuste, jogou a toalha ontem no meio do dia para evitar desgastes com o governo.
Manifestações
"Congresso, preste atenção! O Supremo vai julgar o mensalão [esquema de corrupção descoberto no governo Lula envolvendo vários deputados]", gritaram durante todo o dia servidores do Judiciário tentando convencer os deputados e senadores a incluir reajuste no orçamento.
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