Está nas mãos do diretório nacional a posição do PSDB que será levada à convenção estadual, no dia 29, sobre que caminho o partido deve tomar no Paraná. Todas as possibilidades foram apresentadas ontem pelos tucanos paranaenses, em Brasília, ao presidente nacional do PSDB, Tasso Jereissati. Como o governador Roberto Requião (PMDB) já declarou que não apoiará Geraldo Alckmin, candidato à Presidência da República, a aliança entre os dois partidos deve ser hipótese descartada pela executiva nacional do PSDB.
A tendência é que o diretório aponte o caminho que for melhor para a candidatura de Geraldo Alckmin. "Não tem sentido o PSDB não ter um palanque para Alckmin no Paraná", diz o deputado federal Gustavo Fruet (PSDB). Ele participou da reunião e voltou a se colocar à disposição do partido no caso de uma candidatura própria.
Defesa
Segundo o deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB), a idéia da candidatura própria "está bem forte". "O PSDB nacional tem esse desejo", afirmou o parlamentar, que também participou do encontro. "Como não teremos palanque para Alckmin, defendemos que tenhamos candidato ao governo", disse Hauly.
De acordo com o deputado, os nomes mais cotados para disputar o governo do estado pelo PSDB são os de Alvaro Dias, Fruet e o dele, nessa ordem. Alvaro Dias, porém, teria se recusado "terminantemente" a aceitar essa possibilidade e insiste na candidatura ao Senado.
Além de Fruet e Hauly, o encontro com Jereissati reuniu o presidente estadual do partido, Valdir Rossoni, e o deputado federal Affonso Camargo. Eles discutiram todas as possibilidades do partido no Paraná: a coligação com o PMDB; em apoio à reeleição de Roberto Requião; a coligação com o PPS de Rubens Bueno; a candidatura própria, e um apoio informal à candidatura de Osmar Dias (PDT).
De acordo com Rossoni, não haverá uma posição no Paraná diferente da acordada com a direção nacional. "A deliberação será em consonância com o diretório nacional. Teremos mais uma conversa na próxima semana antes da convenção. Não está descartada nenhuma possibilidade e nem decidido nada", disse o presidente estadual.
Obstáculo
A candidatura própria esbarra na vontade do presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão (PSDB), e da maior parte da bancada estadual, que defende a aliança com o PMDB. O diretório estadual continuará a conversar com os demais partidos, inclusive com o PDT, que deve anunciar hoje se o senador Osmar Dias será ou não candidato ao governo do estado.
Como o apoio ao senador pedetista teria de ser informal, já que a regra da verticalização proíbe o PSDB de apoiá-lo publicamente, a aliança com o PDT é uma possibilidade remota. A coligação formal entre os dois partidos no Paraná foi impedida pela candidatura própria do PDT à Presidência da República, oficializada na última segunda-feira.