Deputado Paulinho Pereira da Silva (SD-SP), o Paulinho da Força.| Foto: Moacyr Lopes Junior/Folhapress

Sem apresentar provas, o deputado Paulinho Pereira da Silva (SD-SP), o Paulinho da Força, acusou o governo de estar oferecendo dinheiro a deputados para não irem votar o impeachment ou votarem contra o processo.

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O deputado é presidente nacional do Solidariedade e da Força Sindical e um dos mais ferrenhos adversários do governo Dilma Rousseff. Sem dar maiores explicações ou dizer quem teria recebido a oferta, Paulinho disse que o governo está oferecendo R$ 400 mil para deputados se ausentarem das votações e ofereceu, nesta segunda-feira (4), R$ 2 milhões a um único deputado para votar contra o processo.

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“É mais ou menos o que o PT faz a vida toda: engana todo mundo. Os parlamentares que estão aqui nesse troca-troca (cargos) têm que saber disso: o governo oferece mas não cumpre. Porque, se cumprir, imagina como será depois: pagar R$ 400 mil para um deputado ficar em casa, pra não vir votar. Em seguida, como ela governa o Brasil com menos de 171 votos? É o caos no país”, disse Paulinho, quando respondia à pergunta sobre a ação do governo em oferecer cargos aos aliados, em entrevista coletiva no Salão Verde da Câmara.

Os jornalistas então quiseram saber dos detalhes do pagamento dos R$ 400 mil pelo governo e o deputado, já deixando o local da entrevista, afirmou que o governo “está oferecendo” e acrescentou: “ontem ofereceram 2 milhões para um deputado só”.

Paulinho, no entanto, avisou que não falaria quem é o deputado, apesar da insistência dos jornalistas para que apresentasse o nome do parlamentar a que estava se referindo. Um dos aliados mais próximos do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Paulinho foi responsável por capitanear, no ano passado, as manifestações mais fortes e polêmicas contra o governo na Câmara.

Entre elas, a manifestação em que sindicalistas da Força Sindical jogaram sobre o plenário da Câmara papeis imitando cédulas de dólar com a cara de Dilma, Lula e onde se lia petrodólar, em votação de MP que restringia o acesso ao seguro-desemprego no ano passado.

Pressão

Na entrevista, Paulinho anunciou que a partir de quinta-feira (7) serão colocados carros de som nas casas e bairros dos deputados indecisos e contrários ao impeachment. Segundo ele, a oposição está mapeando voto a voto, e seriam 39 indecisos e entre 90 e 95 contrários ao impedimento de Dilma.

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“Vamos colocar caminhões de som nas portas de cada um dos deputados que estão se entregando aqui e estão negociando. Aqueles que estão indecisos e os que estão contrários. Os que estão indecisos vamos avisar a vizinhança, os eleitores dos que estão indecisos e pressionar para que eles votem aqui. Vamos colocar carros de som nas casas, nos bairros, onde eles têm voto e não só nos estados, mas em Brasília também.”

Segundo Paulinho, os carros de som serão pagos pelos partidos que estão a favor do impeachment e também serão usados carros de sindicatos. “Amanhã, o relator apresenta relatório. Vamos votar. É preciso que todos se posicionem claramente. Os partidos que defendem o impeachment vão pagar, carros de sindicalistas. Não sei como vão pagar, mas provavelmente com fundo partidário. Acho que, pode usar para pagar, estamos vendo se é possível juridicamente. “