O deputado Júlio Delgado (PSB-MG), relator do processo por quebra de decoro contra o deputado André Vargas (sem partido-PR), disse ontem que vai encerrar a instrução de provas no próximo dia 29, com ou sem o depoimento do parlamentar processado. Delgado quer apresentar seu voto no início de agosto, durante a semana do esforço concentrado. Os advogados de Vargas deverão alegar cerceamento de defesa.
Ontem, depois do depoimento de uma testemunha de defesa, o advogado de Vargas, Michel Saliba, voltou a pedir mais prazo para que outras três testemunhas sejam ouvidas, antes do encerramento da instrução. Saliba afirmou que Vargas só falará no processo se todas as testemunhas foram ouvidas.
"Se formos esperar todas as testemunhas de defesa se apresentarem, não terminaremos o processo nem no final deste mandato e início do outro. Já é o quarto convite que fazemos, foi feito o quinto e sexto para os dias 28 e 29 de julho. Também fizemos três convites para que o deputado André Vargas compareça. Mas se não vierem, em função das regras do novo Código de Ética, encerro a instrução no dia 29 e tenho até 10 dias para apresentar meu parecer e voto", disse Delgado. Segundo ele, Vargas poderá fazer defesa escrita ou oral no dia da apresentação do voto. "Minha ideia é apresentar meu voto no início de agosto, no esforço concentrado".
Os advogados de Vargas dão sinais de que, assim que o voto de Delgado for apresentado, deverão judicializar o processo, alegando açodamento e cerceamento de defesa. Ontem, Vargas deu a entender que essa será a estratégia. "Querer encerrar a instrução sem ouvir uma das testemunhas é um ataque ao meu direito de defesa. Parece que [Delgado] quer a judicialização."