O deputado federal Ciro Gomes (PSB) considerou "fofoca" a possibilidade de abandonar sua pré-candidatura à presidência da República para concorrer ao governo de São Paulo com apoio do PT mas, mesmo assim, não fechou as portas para a proposta. Em entrevista concedida nesta quarta-feira (17) na sede da Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande Sul (Federasul), em Porto Alegre, o parlamentar se disse "obrigado a pensar num assunto que jamais esteve em cogitação".
Para explicar o lado "fofoca" da questão, Ciro disse que a possibilidade é ventilada por um grupo, que não identificou, "claramente interessado" em tirá-lo do caminho, e alimentada por notas erradas publicadas pela imprensa dando conta de que ele já transferiu seu domicílio eleitoral para São Paulo, quando ainda estaria em Fortaleza. Para explicar o lado que o leva a pensar no assunto disse que há algumas pessoas que, de boa fé, acreditam que sua candidatura pode oferecer uma alternativa a um projeto que "cansou" por estar há 16 anos no comando de São Paulo sem oferecer respostas novas a problemas que estão se agravando.
Ao abordar a sucessão nacional, Ciro foi bem menos evasivo do que ao falar na eleição estadual de São Paulo. Sustentou que deve concorrer à presidência da República em 2010 como aliado de Luiz Inácio Lula da Silva. Considerou um erro o presidente pensar que pode transferir toda sua aprovação de 70% para a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e advertiu que as pesquisas mostram que grande parte das intenções de voto que tem migrariam para o adversário José Serra (PSDB) se saísse da disputa.
Segundo Ciro, no quadro atual, a tendência é que as forças favoráveis a Lula percam a eleição. Para reverter a situação, acredita o deputado, há necessidade de duas candidaturas do mesmo campo. "Uma (de Dilma) representará o continuísmo e a outra (dele próprio) representará a garantia do que está bom e a mudança do que precisa ser mudado", sustentou.
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