O presidente Michel Temer (PMDB) aproveitou os dias de folga no carnaval com a família na Bahia e voltou à Brasília na terça-feira (28) com desafios para a semana. Sem poder contar com seus principais ministros ‘mosqueteiros’, que foram caindo ou estão desgastados antes mesmo de seu primeiro ano como presidente, sobrou para o próprio Temer arcar com toda a articulação política em Brasília.
Ao começar sua gestão, em maio do ano passado, Temer estava cercado por ‘quatro mosqueteiros’, seus peemedebistas de confiança. Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) e Romero Jucá (Planejamento) já caíram. Eliseu Padilha (Casa Civil) está licenciado após uma cirurgia da próstata, mas seu retorno ao governo não está garantido, depois de ser alvo do fogo amigo do advogado José Yunes, ex-assessor do presidente Michel Temer. Ainda resta Moreira Franco (Secretaria de Governo), que teve a nomeação contestada pois seria uma forma de obter o foro privilegiado e fugir de Sergio Moro, já que ele foi citado nas delações da Odebrecht. Agora, sem o núcleo duro do governo por perto, veja alguns dos nós que Temer deverá desatar – e sem muito apoio.
Novo ministro das Relações Exteriores
Michel Temer vai precisar escolher o novo ministro das Relações Exteriores. O senador José Serra (PSDB-SP), que ocupava o posto, pediu demissão no dia 22, alegando problemas de saúde. Entre os cotados para a vaga estão os senadores Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) e o embaixador Sérgio Amaral.
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Mais espaço para o PMDB
O espaço do PMDB dentro do governo Temer também é uma equação que vem preocupando o presidente nas últimas semanas. O partido reivindica mais espaço – e ganhou o comando do ministério da Justiça, que ficará sob a batuta do deputado federal Osmar Serraglio (PMDB-PR). A nomeação de Serraglio aplaca parte das reclamações da bancada do PMDB na Câmara, mas não coloca um ponto final nas ambições do partido.
Apoio com as reformas do Congresso
A costura de acordos para cargos no primeiro escalão do governo tem um objetivo maior. Temer e sua equipe econômica querem acelerar a tramitação das reformas da Previdência e Trabalhista no Congresso . Como as reformas são impopulares, Temer quer evitar desgastes com um eventual racha de sua base no Congresso. A reforma da Previdência, por exemplo, tem em Eliseu Padilha seu maior articulador.
Delações e a instabilidade política
O presidente também precisa lidar com eventuais vazamentos de delações premiadas de executivos e ex-diretores da Odebrecht à Lava Jato, que podem provocar instabilidade política. O primeiro desafio será passar incólume ao depoimento de Marcelo Odebrecht nesta quarta-feira (1.º) , no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR). O ex-presidente da empreiteira falará sobre as suspeitas de que Dilma e Temer teriam participado diretamente de negociações para que a Odebrecht financiasse, com verba de caixa 2, a campanha de reeleição de ambos em 2014.
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