A primeira audiência da Justiça brasileira no processo sobre o acidente da Gol começou às 15h11 (horário de Brasília) desta segunda-feira (27), em Sinop (MT). O juiz federal Murilo Mendes intimou os pilotos Joe Lepore e Jan Paladino a participarem dos primeiros interrogatórios, mas os dois americanos não vieram ao Brasil. Familiares das vítimas consideraram "um absurdo" a falta dos pilotos.
Segundo a Justiça Federal, sem Lepore e Paladino, o juiz deve definir nesta segunda-feira se o processo corre à revelia desses réus. "Nesta audiência, eles seriam ouvidos e teriam a oportunidade de defesa", diz o advogado Claudio Pimentel, que é assistente da acusação. "Agora, o processo deve continuar, mas sem a necessidade de futuras intimações dos dois pilotos."
Lepore e Paladino estavam no Legacy que bateu no Boeing da Gol há quase 11 meses - em 29 de setembro do ano passado. O avião da companhia aérea brasileira caiu em uma região de mata fechada no Norte de Mato Grosso e as 154 pessoas que estavam a bordo morreram. Foi o segundo maior acidente aéreo registrado no país. O único que registrou maior número de vítimas foi o acidente com o vôo 3054 da TAM, que causou a morte de 199 pessoas.
Lepore, Paladino e quatro controladores de vôo são acusados de "atentado contra a segurança de transporte aéreo", com agravante pelas mortes, conforme denúncia do Ministério Público aceita pela Justiça. Os controladores devem participar de interrogatório em Sinop na terça-feira (28).
O juiz havia reservado o plenário da Câmara Municipal de Sinop para os depoimentos desta segunda, mas, como os pilotos não vieram, a audiência acontece no prédio da Justiça.
'Descaso'
A presidente da Associação de Parentes das Vítimas do Vôo 1907, Angelita Demarchi, considerou 'um absurdo' o não-comparecimento dos pilotos na audiência desta segunda, "É um descaso com a Justiça brasileira e com o país. Estamos indignados com essa postura", disse.
Nenhum familiar das vítimas viajou até Sinop, mas advogados devem manter os parentes e amigos informados sobre o andamento do processo.
Acordo de assistência judiciária
O advogado Theo Dias, que defende os pilotos, encaminhou uma petição na semana passada para que Lepore e Paladino prestassem depoimento nos Estados Unidos. Ele afirma que o acordo de assistência judiciária dos governos do Brasil e dos Estados Unidos prevê que o interrogatório aconteça fora do país, sem prejuízo ao processo. O juiz Murilo Mendes negou o pedido.
No despacho, o magistrado diz que "o art. 368 do Código de Processo Penal, que prevê a citação de acusado que esteja em lugar certo no estrangeiro, não diz, em momento algum, que o interrogatório não será realizado no Brasil".
Dias disse ao G1 que seus clientes estão à disposição da Justiça brasileira e que ele deve pedir novamente para que os pilotos sejam ouvidos nos Estados Unidos.
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