Por falta de quórum, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados adiou nesta quarta-feira, 8, a análise de um recurso do deputado André Vargas (sem partido-PR) contra um parecer do Conselho de Ética que pede a sua cassação. Apenas 11 deputados registraram presença na comissão, quando o número mínimo para abrir a sessão é de 34 parlamentares.
Vargas é acusado de envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal no âmbito da operação Lava Jato, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões. Youssef assinou recentemente um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal.
Em 20 de agosto, o Conselho de Ética da Casa aprovou um parecer pedindo a perda do mandato parlamentar, que não concorreu à reeleição.
A ligação de Vargas com Youssef veio a público quando foi revelado, no início do ano, que ele pegou carona em um jatinho do doleiro. Nas investigações, ele é apontado como o responsável por indicar um ex-assessor do Ministério da Saúde para trabalhar no Labogen, laboratório que, de acordo com a PF, centralizava o esquema de lavagem de dinheiro comandado por Youssef.
O laboratório havia fechado uma parceria com a pasta para o fornecimento de remédios, operação desfeita após a investigação da PF. Vargas nega ter intermediado essa indicação.
Quando o caso foi revelado, Vargas renunciou à vice-presidência da Câmara e, pressionado pelo PT a abrir mão do mandato para evitar danos eleitorais, acabou se desfiliando do partido. Depois de o Conselho de Ética pedir sua cassação, Vargas recorreu à Comissão de Constituição e Justiça.
O relator do caso na CCJ, deputado Sergio Sveiter (PSD-RJ), elaborou um parecer propondo que o recurso seja rejeitado. "Lamento (a falta de quórum). O certo é que todos estivessem aqui para votarmos o mais rápido possível", disse hoje Sveiter.
O presidente do colegiado, deputado Vicente Cândido (PT-SP), marcou uma nova sessão para analisar a matéria para a próxima quarta-feira, dia 15. Caso a CCJ confirme o parecer de Sveiter, a cassação de Vargas será decidida pelo Plenário da Câmara, em votação aberta. Não há prazo estipulado para que o caso seja pautado no Plenário.
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