Sem showmícios, fama vai pesar

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Como as novas regras eleitorais proíbem a realização de showmícios com artistas, propagandas em outdoors e distribuição de brindes, a previsão é de que a próxima campanha vai ser ainda mais árdua que as anteriores para um candidato ficar conhecido. "Eles vão ter que trabalhar mais na base do corpo a corpo. Gastar sola do sapato e saliva", explica o deputado estadual Ney Leprevost (PP).

Leprevost, que foi o vereador mais votado do Paraná na última eleição municipal, com 19 mil votos, dá a receita: "Cada candidato tem que começar a comunicar os amigos desde já e cadastrar todo mundo para enviar o seu número quando a eleição estiver próxima. Não adianta investir alto em propaganda e na contratação de lideranças. É importante mobilizar voluntários para fazer uma corrente de votos".

Para o deputado estadual mais votado do Paraná em 2006, Alexandre Curi (PMDB), que conseguiu 131 mil votos, a eleição para vereador é a mais difícil de todas porque o voto tem de ser conquistado individualmente. Neto de uma das figuras mais influentes do Paraná, o ex-presidente da Assembléia Legislativa Aníbal Khury(falecido em 2000), Alexandre admite que é mais fácil disputar uma eleição com "sobrenome". Mas não é só isso que garante uma cadeira. O alerta já foi dado ao irmão, Rodrigo Curi, pré-candidato a vereador pelo PMDB. "Se meu irmão for disputar, vai ter que dar duro. Mas é claro que inicia com trabalho pronto, com amigos que estão do meu lado, portas abertas e estrutura política."

O presidente municipal do PPS, Marcos Isfer, acredita que o eleitor vai procurar na eleição municipal "o novo com qualidade, sem os vícios da velha política". Para o presidente municipal do PDT, Jorge Bernardi, que é vereador há 25 anos, a maior dificuldade para um candidato é se tornar conhecido numa cidade como Curitiba, com 1,7 milhão de habitantes, e cerca de mil candidatos a vereador.