Começou por volta das 10h desta quinta-feira (18), no Fórum de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, o julgamento de um dos oito acusados de participar do assassinato do então prefeito de Santo André pelo PT. Marcos Roberto Bispo dos Santos, denunciado pelo Ministério Público sob a acusação de integrar o grupo que matou a tiros o político em 18 de janeiro de 2002, será levado a júri popular. O julgamento será à revelia, já que o réu, foragido da Justiça, não compareceu.
As quatro testemunhas que deveriam ser ouvidas também não compareceram. Com isso, o julgamento começará pelos debates entre acusação e defesa. O júri é composto por cinco mulheres e dois homens. A expectativa é que a sentença seja dada ainda na tarde desta quinta pelo juiz Antonio Augusto Galvão de França Hristov.
Mais cedo, o advogado do réu informou que conversou com seu cliente nesta quarta-feira (17), mas o orientou a não comparecer ao Fórum de Itapecerica da Serra. Segundo Adriano Marreiro, Santos está no estado de São Paulo.
Marreiro chegou a pedir o adiamento do júri, o que não foi aceito pelo juiz. O advogado alega que seu cliente não recebeu a intimação. Antes de iniciar o julgamento, Marreiro já havia dito ao G1 que caso o juiz não aceitasse o pedido, iria ingressar com um recurso no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo para análise dos desembargadores.
Marcos Roberto Bispo dos Santos foi denunciado pelo Ministério Público sob a acusação de integrar o grupo que matou a tiros Celso Daniel em 18 de janeiro de 2002, então prefeito de Santo André, no ABC, pelo PT.
Julgamento
Mais de cem pessoas poderão acompanhar o julgamento no salão do júri. São 101 lugares marcados. Só poderá entrar quem tiver senha. Estudantes de direito, familiares do réu e da vítima e jornalistas poderão entrar. Vinte assentos serão reservados à imprensa, que só poderá registrar imagens do início do júri e da sentença. Nenhum parente de Celso Daniel procurou a administração do fórum solicitando assentos até a tarde de quarta (17). Um irmão do prefeito morto está morando na França e não deverá assistir ao júri.
O representante do Ministério Público, responsável pela denúncia que acusa Santos e os outros seis réus, será o promotor Francisco Cembranelli, que recentemente conseguiu a condenação do casal Nardoni no caso Isabella, no primeiro semestre. Ele foi designado no meio deste ano pelo procurador-geral de Justiça de São Paulo, Fernando Grella, para fazer a sustentação oral.
Foragido
Na semana passada, um oficial foi procurar o acusado na casa de Marcos Roberto Bispo dos Santos para entregar a intimação para o júri desta quinta no qual ele é o réu, mas não o encontrou. Por esse motivo, o juiz decretou a prisão preventiva de Santos. O acusado estava em liberdade provisória desde março deste ano por conta de uma liminar concedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) após ter ficado sete anos preso.
Deixe sua opinião