Três prédios da capital e dois em Caieiras, na Grande São Paulo, foram alvo de ocupações de sem-teto entre a noite desta terça-feira e a madrugada de hoje. Coordenadospela União Nacional por Moradia Popular (UNMP), o grupo chegou em três ônibus à região central, onde aconteceram três tentativas de ocupação de edifícios. A quarta aconteceu num terreno em Sapopemba, na zona leste.
Segundo a organização, cerca de 1.500 pessoas das tentativas de ocupação na capital. Os sem-teto querem que o governo federal vincule a liberação de verbas para as cidades a projetos para a população de baixa renda.
- Nosso objetivo é que o dinheiro repassado pelo governo federal chegue até os movimentos, o que não acontece - diz Sidney OLiveira, coordenador de um dos movimentos por moradia.
No momento em que chegaram ao centro da capital, a Polícia Militar já esperava os sem-teto. As tentativas de ocupação aconteceram na Praça Roosevelt, Avenida Cásper Líbero e Avenida Rangel Pestana. A desocupação desses locais foi pacífica e aconteceu durante a madrugada.
Na Avenida Cásper Líbero, os manifestantes quebraram o vidro do prédio na altura do número 88 para poder entrar. A PM agiu rápido e impediu que os sem-teto ocupassem o local. Em seguida, eles fizeram uma passeata até o Edifício São Vito, em frente ao Mercado Municipal, onde já havia ocorrido uma tentativa de ocupação na segunda-feira . Manifestantes estão acampados em frente ao São Vito, que foi desocupado pela Prefeitura de São Paulo em junho de 2004, como promessa de revitalização da região. Pelo menos três prédios estão ocupados por sem-teto no centro de São Paulo .
No fim da noite de ontem, sem-teto haviam ameaçado invadir um edifício que pertence ao INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social), na altura do número 1.099 da Avenida Rangel Pestana, no Brás. O grupo também foi contido pela PM, que cercava o local. A outra tentativa de ocupação foi em um prédio pertencente ao antigo Banco Nacional de Habitação (BNH), na Praça Roosevelt. Cerca de 200 sem-teto foram retirados do local pela Polícia Militar.
Em Sapopemba, um terreno da Prefeitura foi invadido por 300 famílias. A maioria foi retirada pela Polícia Militar.
Em Caieiras, as duas ocupações aconteceram no bairro de Laranjeiras. As famílias permanecem nos prédios, que são de propriedade particular. A estratégia no município foi diferente da capital, onde o alvo foram prédios públicos do governo federal.
Neste momento, cerca de 70 sem-teto estão acampados na Praça Da Sé, em frente a um prédio da Caixa Econômica Federal. Eles pretendem, mais tarde, fazer uma caminhada até os prédios da CDHU, da Secretaria de Habitação e do Ministério Público, onde pretendem entregar uma representação contra os despejos.
Os sem-teto pertencem a vários grupos de São Paulo e do Brasil e pedem mais verbas para construção e financiamento de moradias para a população que ganha até três salários mínimos por mês.