O ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu foi incluído na lista de réus da Lava Jato. Na terça-feira (15), o juiz federal Sergio Moro aceitou a denúncia contra ele e mais 14 pessoas.
Fora das mãos de Teori
O presidente do Supremo Tribunal Federal , Ricardo Lewandowski, não admitiu um recurso da Procuradoria Geral da República para manter com o ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato, um relatório dos investigadores paranaenses que envolve a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e a empresa Consist Software. Teori entendeu que o relatório não tinha relação com a Petrobras e redistribuiu o caso, que caiu para o ministro Dias Toffoli. A decisão preocupa os investigadores da Lava Jato em Curitiba porque abre precedente para outros casos saírem das mãos de Moro.
O Ministério Público Federal (MPF) sustenta que a JD Consultoria, de Dirceu, recebeu R$ 11,8 milhões da construtora Engevix, que manteve contratos com a Petrobras.
Os procuradores da República afirmam que os serviços à Engevix não foram efetivamente prestados pela JD Consultoria, o que é negado pela defesa de Dirceu. Quem intermediava essa negociação, segundo o MPF, era o ex-diretor de Serviços da petrolífera Renato Duque.
Delator diz ter doado R$ 100 mil para campanha de Zeca
Ao abrir a ação penal na terça-feira (15), Moro tirou dois nomes da lista de denunciados. Entre eles, Camila Ramos de Oliveira, filha de José Dirceu. Na mesma semana, contudo, quem acabou tendo o nome mencionado na Lava Jato foi o deputado federal pelo Paraná Zeca Dirceu (PT), que é filho do ex-ministro de Lula. O empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC Engenharia, afirmou em delação que, para atender a um pedido de José Dirceu, doou de forma oficial R$ 100 mil para a campanha de 2010 de Zeca. A delação foi feita em maio à Procuradoria Geral da República, mas o trecho relativo ao parlamentar paranaense veio à tona apenas na quarta-feira (16).
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