A Central Única dos Trabalhadores (CUT), junto com cerca de outras 40 entidades, movimentos sociais e partidos políticos, fará manifestações em várias capitais do país nesta terça-feira (7). Em Curitiba, a concentração será na praça Rui Barbosa, às 16h. Nas capitais, a pauta principal será a defesa da democracia. Além disso, em Brasília, haverá uma manifestação contra o projeto que regulamenta a terceirização de mão de obra.
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A Gazeta do Povo vai transmitir as manifestações deste dia 7 de abril e também do próximo dia 12 de abril.
Segundo o vice-presidente da CUT no Paraná, Márcio Kieller, as pautas dessa manifestação são similares às dos protestos do último dia 13 de março, com “ênfase na defesa da democracia”. Para ele, há um clima de “incitação de ódio” no país que coloca a democracia em risco. “A intolerância política é tanta que você não consegue sair na rua de vermelho. Estão tentando cercear nosso direito de ter uma opinião”, afirma.
Cúpula do PT declara apoio às manifestações desta terça
- Folhapress
Sob orientação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a cúpula do PT declarou apoio à série de manifestações organizadas por centrais sindicais e movimentos sociais nesta terça-feira (7) no país.
O Planalto, por sua vez, vai monitorar o alcance dos atos a distância, admitindo nos bastidores que a maior preocupação será com os protestos de domingo, dia 12, contra o governo Dilma Rousseff.
Durante as manifestações de 13 de março, também organizadas pela CUT e outras entidades, os petistas preferiram não declarar apoio oficial aos protestos, que eram críticos ao ajuste fiscal proposto pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Com isso, argumentavam dirigentes do partido, evitariam qualquer tipo de constrangimento.
Em conversas reservadas, porém, Lula avaliou que foi “um erro” o PT não estar ao lado da CUT e dos movimentos sociais, a base histórica do partido, e encorajou a sigla a apoiar e ainda convocar a militância para as manifestações desta terça (7), mesmo com o risco de haver discursos críticos ao governo.
Os sindicalistas reconhecem o que chamam de “conquistas dos últimos anos” do governo petista, mas não admitem “retrocessos ou perdas dos direitos conquistados”.
“Não vamos aceitar que o aumento da luz e o ‘tarifaço’ recaiam na nossa conta”, disse o presidente da CUT, Vagner Freitas. Na ocasião, afirmou que, sem mudança na política econômica, o trabalhador ficará “bravo” e poderá não defender mais o governo.
As bandeiras “em defesa da democracia”, “em defesa da Petrobras” e “pela reforma política”, dizem petistas, deixam o PT mais à vontade para ir às ruas sem parecer afronta ao governo Dilma. (CM)
Assim como no último dia 13, a manifestação da CUT e de outros movimentos sociais que apoiam o governo antecede uma mobilização de setores da sociedade civil contrários à atual gestão. Há uma mobilização de movimentos antipetistas pedindo o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) marcada para o próximo domingo (12) – a manifestação passada antecedeu os protestos do dia 15 de março.
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Kieller nega que os atos sejam uma resposta a essas manifestações. “Manifestar-se é um direito de todos. Mas é preciso haver bom senso, não se pode criar um clima de intolerância política”, ressalta.
Ele afirma, também, que a luta contra a corrupção, um dos principais motes dos manifestantes anti-Dilma, é também uma das bandeiras históricas da CUT. Entretanto, ele defende que as empresas estatais “não podem pagar por erros sistêmicos”.
Além da defesa da democracia e da legitimidade do mandato de Dilma, a CUT também deve protestar contra o ajuste fiscal promovido pelo governo federal e a redução de direitos trabalhistas. As medidas de ajuste fiscal do governo estadual, incluindo o aumento de impostos que passou a valer no início deste mês, também devem estar na pauta.
Contra o projeto
Em Brasília, o principal mote do protesto será contra o PL 4330. De autoria do ex-deputado Sandro Mabel (PMDB-GO), o projeto regulamenta a terceirização da mão de obra e cria parâmetros para que empresas desse tipo operem. O projeto foi desarquivado em fevereiro, e consta na pauta de votações da sessão desta terça-feira (7). A CUT pede que o projeto seja retirado. A proposta cria a possibilidade, entre outras coisas, que empresas usem mão de obra terceirizada para realizar atividades-fim.
Exemplo
Atualmente um banco, por exemplo, pode terceirizar os serviços de limpeza, mas não a atividade de caixa. Pelo projeto, isso seria permitido. No entendimento da CUT, isso significaria relações trabalhistas mais precárias e redução nos salários. A entidade defende outro projeto, de autoria do deputado Vicentinho (PT-SP), que permite a prática desde que terceirizados e efetivos tenham igualdade de direitos e proíbe que ela aconteça em atividades-fim.
Movimentos organizados tentam repetir “manifesto do milhão”
Movimentos organizados pelas redes sociais devem voltar às ruas no próximo domingo (12) em todo o país. Em Curitiba, a concentração será na praça Santos Andrade, às 14h. No último dia 15 de março, esses mesmos grupos foram responsáveis pela mobilização de pelo menos um milhão de pessoas em todo o Brasil.
Na última manifestação, a principal pauta era a luta contra a corrupção – ainda que alguns movimentos minoritários tenham colocado o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) entre suas reivindicações desde o início. Entretanto, na prática, a maioria das pessoas pediu a saída de Dilma do poder. Desta vez, até movimentos considerados moderados dentro dos protestos, como o Vem Pra Rua, incluíram o impeachment da presidente na pauta.