O procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, integrante da força-tarefa da Lava Jato no Ministério Público Federal (MPF), afirmou nesta quinta-feira, 9, que sempre existiram tentativas da classe política de barrar a operação.
Ao ser perguntado sobre a confirmação do senador Edison Lobão (PMDB-MA) para a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Lima lembrou que Lobão não tem acusação formal oferecida na Justiça, mesmo com eventual citação em delações premiadas.
“Todas essas questões são políticas, não existe nada juridicamente possível de ser feito, disse, ao comentar Lobão na CCJ, a ida de Moreira Franco para Secretaria da Presidência com status de ministro e a indicação de Alexandre de Moraes ao Supremo Tribunal Federal. Sobre Moraes, o procurador afirmou que historicamente há nomeações de ministros com tendências políticas na Corte e que é impossível uma isenção desejada. “Eu acredito que as pessoas é que vão se revelar mais ou menos merecedoras do cargo que vão ocupar.”
Em entrevista coletiva em São Paulo, o procurador foi perguntado pelos jornalistas sobre movimentos do governo federal que são alvos de críticas por impactarem a operação. Lima falou que “sempre houve essa possibilidade, eu não digo que esteja acontecendo, mas a cada dia precisamos combater o bom combate, que é impedir que esse movimento aconteça.”
O procurador deu uma palestra na Câmara Americana de Comércio Brasil-Estados Unidos (Amcham), em São Paulo, e disse que a força-tarefa não está criminalizando a política, mas que o sistema político é um “vampiro” que suga o povo brasileiro e tenta manter o “status quo” por meio de leis. “Nós todos financiamos as campanhas políticas de forma ilegal”, apontou.
Ele também criticou a tentativa do Congresso votar um projeto que impede o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de punir os partidos que tiverem as contas rejeitadas ou que não apresentem suas prestações anuais de conta. “O que temos é o Congresso tentando criar uma lei para tirar poder do TSE.”
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