Uma semana depois de anunciar a redução pela metade dos 181 cargos de diretores, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), não exonerou ninguém até agora. Nem mesmo os 50 diretores que tiveram seus nomes divulgados na última sexta-feira foram afastados. A maquiagem nos cortes de pessoal e de gastos do Senado deverá continuar: "quatro ou cinco" diretores da lista de 50 exonerados serão mantidos e parte dos cargos de direção será "transformada". Os seus ocupantes continuarão recebendo gratificação, mas com valor inferior ao pago hoje aos diretores.
Em nova versão sobre o enigmático organograma, anunciada na terça-feira (24), o Senado não tem mais 181 diretorias: agora são 38 secretários com status de diretor, além de cinco cargos da cúpula administrativa da Casa. O restante, 138 cargos, são mesmo de "diretorias de fantasia", conforme definiu o primeiro-secretário Heráclito Fortes (DEM-PI). Segundo ele, a ideia é reduzir para 20 secretarias, no máximo, o número de diretorias no Senado. Esse seria o quadro em 2001.
Apesar de participar da reunião da Mesa Diretora que decidiu pelo corte, Sarney mantém-se distante da imprensa, não participou do anúncio das novas medidas e avisou que não falará mais sobre problemas administrativos e de pessoal da Casa. "Esse número de 181 nunca existiu. Estamos falando em números reais de 38 diretorias", disse Heráclito.
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