Senadores querem ganhar igual ao STF
Brasília - Na esteira do aumento de 9% no salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do procurador-geral da República, aprovado ontem na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, os parlamentares iniciaram um movimento em causa própria que pode intensificar o efeito cascata do reajuste.
Brasília - Por unanimidade, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou ontem em caráter terminativo o projeto que aumenta em duas etapas os salários dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A partir de 1.º setembro, os salários passam de R$ 24,5 mil para R$ 25.725. E para R$ 26.723,13 a partir de fevereiro de 2010. A comissão também aprovou o mesmo reajuste para o procurador-geral da República.
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), disse que recebeu um aviso do Ministério do Planejamento de que não há reserva no Orçamento de 2009 para custear o reajuste. Jucá afirmou que espera que ocorra um remanejamento no orçamento do Judiciário para que o aumento seja efetivado.
Agora, os projetos seguem para sanção presidencial. Só vão para o plenário do Senado se houver apresentação de recurso por parte de algum senador no prazo de cinco dias úteis.
Os senadores da CCJ mantiveram o texto aprovado pela Câmara que estabeleceu reajuste de 5% neste ano e de 3,88% em 2010. A soma é inferior aos 14,09% pretendidos pelo STF no projeto original, pois um destaque aprovado pelos deputados retirou o aumento intermediário de 4,6% previsto para 1.º de novembro de 2009.
O presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, afirma na justificativa do projeto que o reajuste corresponde à variação acumulada do IPCA entre os anos de 2006 e 2008.
Se o aumento de 14,09% fosse aprovado, a folha de pagamento do STF e de órgãos do Judiciário ligados ao Supremo teria um aumento de R$ 343,7 milhões, já em 2010 o que inclui o reajuste dos ministros e dos servidores da corte que têm os salários vinculados ao subsídio dos ministros.
Efeito cascata
Os salários dos ministros do STF e do procurador-geral da República que correspondem ao teto do serviço público servem de referência para os demais integrantes do Poder Judiciário e do Ministério Público, respectivamente.
Assim, os reajustes no topo das carreiras podem provocar um efeito cascata, inclusive no âmbito estadual. A Constituição Federal estabelece que os subsídios dos juízes dos tribunais estaduais devem corresponder a percentuais dos salários dos desembargadores que receberão, no máximo, 90,25% do que ganham os ministros do STF.
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